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Complexo arquitetônico e turístico Porto das Barcas em
Parnaíba |
Delta do Parnaíba, no Piauí, oferece beleza rara e
emoções inesquecíveis a preços para lá de acessíveis.
Quando se fala em Piauí, a primeira lembrança que
vem à cabeça não são as mais positivas: Estado mais pobre do Brasil – coisa
falsa nos dias atuais – seca, o que não deixa de ser uma triste realidade, e
gente sofrida. Pois bem, os tempos mudaram, e com eles o Piauí. O solo, antes
seco, é hoje produtivo, e firma-se como uma notável fronteira agrícola. A
capital, Teresina, é um pujante polo regional e o turismo cresce em ritmo
acelerado, dada a sua variedade de opções, como histórico – Oeiras e Campo
Maior – de aventura, os parques nacionais da Serra da Capivara, um nicho
intocado da Caatinga e das Sete Cidades, com curiosas inscrições rupestres
datadas de mais de 10.000 anos a.C. e, por fim, o litoral, que embora seja o
menor do Brasil em extensão, com apenas 66 km, é de uma beleza ímpar.
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Delta do Parnaíba 1ª Maravilha do Piauí - garças brancas.jpg |
É nesse
litoral que se localiza o Delta do Parnaíba, o principal rio piauiense.
Trata-se do único delta em mar aberto do mundo, que guarda em si as belezas de
um manguezal mais do que preservado, rica fauna e praias desertas e lindas,
perfeitas para a prática de esportes como o kitesurf, o windsurf e o surfe.
O ponto de apoio para o Delta é a cidade de
Parnaíba, a segunda mais importante do Piauí, com 146 mil habitantes e situada
a 330 km da capital, Teresina. Lá estão os melhores hotéis, a melhor
infraestrutura de serviços e demais facilidades que podem ser úteis ao
viajante. Mas quem preferir se desconectar da vida urbana, há opções como as
simpáticas pousadas situadas em Luís Correia, a 18 km de Parnaíba (ver
adiante).
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Passeio pelos labirintos do Delta do Parnaíba |
Passeios
Para conhecer o intrigante Delta do Parnaíba, divisa natural entre os Estados
do Piauí e do Maranhão, a melhor pedida é optar pelo passeio de barco pelas
águas que formam o Delta. São cerca de seis horas de viagem pelo rio e córregos
que nele deságuam. Nesta jornada, chama a atenção a vegetação, formada primeiro
pelos aningas, plantas aquáticas semelhantes ao antúrio que formam um vasto
tapete verde sobre as águas, depois pelos carnaubais, palmeira de onde se
extrai a parafina, e, por fim, o manguezal.
Na região, prevalece o mangue vermelho, refúgio e
berçário natural do caranguejo e outras espécies de crustáceos e de moluscos,
além de servirem de ninhal para aves como o guará, com sua bela plumagem cor de
rosa. Também é possível avistar jacarés, macacos e pequenos mamíferos, que só
ocorrem ali. O preço médio do passeio é de R$ 60, para grupos de no mínimo 20
pessoas, mas há paradas na Praia dos Poldros e nas dunas de Morro Branco, que
fica na Ilha de Santa Isabel. Também estão incluídos o almoço, água, frutas e,
claro, o prato típico do Delta, a caranguejada toc-toc. A aventura parte do
Porto dos Tatus, em Parnaíba, todos os dias – desde que haja quórum –
pontualmente às 8h30.
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Guará Vermelho, ave símbolo do Delta |
Do mesmo porto sai o passeio para a observação de
guarás – o pássaro símbolo da região. A aventura começa às 15h e inclui a
observação de caranguejos, uma visita a outro manguezal, caminhada nas alvas
dunas e um refrescante banho na praia fluvial da Ilha do Caju. Custa R$ 350
para quatro pessoas.
Outros passeios interessantes são os de jipe. Há
dois roteiros: um para o oeste e outro para o leste. No primeiro, a partir da Ilha
da Pedra do Sal e pela areia, dá para ir às dunas do Urubu e do Gemedor e a
algumas lagoas que se formam em meio às dunas. No segundo, por asfalto, vai-se
até as praias de Atalaia, em Luís Correia, município vizinho de Parnaíba, e
praias do Coqueiro, Carnaubinha, Macapá e Maramar. Ambos os passeios duram
cerca de quatro horas e custam cerca de R$ 280 para quatro pessoas. Também vale
uma chegadinha até a Lagoa do Portinho, que é excelente para banhos de água
doce e tem infraestrutura de alimentação e passeios de banana boat, lancha e
caiaque. Termine seu passeio por Parnaíba na Praia da Pedra do Sal, que tem um
farol, boas ondas para surfe e barracas com comida típica além da caranguejada,
como carne de sol.
Luís Correia
O município vizinho de Parnaíba fica a 18 km da
cidade e abriga algumas das mais famosas – nem por isso melhores – praias da
região, como a de Atalaia e a de Maramar, muito frequentadas pelos abastados
baladeiros de Teresina. Maramar tem suas barraquinhas e quiosques barulhentos,
e em Atalaia, completamente urbanizada, imperam os turistas barulhentos com
seus carros tunados e jovens bronzeados praticando seus frenéticos jogos de
sedução. Não são praias recomendáveis para quem busca tranquilidade e sossego.
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Pontal da Barra |
Já a Praia de Carnaubinhas recebe a galera mais
alternativa, como esportistas e aventureiros, que, propositalmente, não fazem a
menor questão de receber grandes e barulhentos grupos de turistas. Tanto que
eles destroem tantas vezes quantas necessárias quaisquer sinalização turística
que indique como chegar lá. Eles querem a praia preservada, com suas carnaúbas
semicobertas pela areia das dunas, que são fartas no local. Para se chegar lá,
só em veículos 4X4 e em pequenos grupos, que saem da vizinha Praia do
Arrombado.
A Praia do Coqueiro também é bastante sossegada e
tranquila e, além das dunas, oferece piscinas naturais formadas pelos recifes,
onde a criançada pode se divertir a valer com segurança, já que as águas são
bastante calmas durante a maré baixa. É a Meca dos esportes radicais e tem
gente alto astral, que se cuida fisicamente, é ambientalmente consciente e
economicamente desapegada. Também oferecem paz e tranquilidade as praias de
Macapá e do Itaqui. Quem não gosta deste tipo de passeio deve optar pelas já
manjadas Atalaia e Maramar.
Compras e história
Artesanato é a dica para quem quer levar as famosas
“lembrancinhas” do lugar visitado. Em Parnaíba, a Casa das Renderias, na Ilha
de Santa Isabel, oferece curiosas flores de renda, mas também tem batas, saias,
objetos de decoração e bijuterias em renda de bilro. Já em Luís Correia, o
melhor local para comprar é na Associação de Artesanato Nova Vida, que tem
quase todos os artigos feitos de taboa, um capim abundante nas áreas alagadiças
do Delta. São cestos, balaios, pufes, tapetes, almofadas, jogos americanos e
muito mais.
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Lagoa do Portinho - Paraíso de dunas e águas - Um convite ao banho |
Parnaíba é uma cidade histórica. Por isso vale uma
visita ao Porto das Barcas, que guarda um colorido conjunto de casas coloniais
dos séculos XVIII e XIX, bastante conservados. Têm bares, restaurantes,
quiosques, lojas de artesanato e agências de turismo. Outro ponto histórico de
interesse é a Igreja Matriz de Nossa Senhora das Graças (1770), que conservas
originais, após algumas reformas, a fachada, a portada, a soleira e o altar
principal, que tem detalhes em ouro, além da Capela do Santíssimo, que também é
original.
Depois deste banho de paz e tranquilidade no Delta
do Parnaíba, você tem duas opções: voltar para casa ou seguir para o Estado
vizinho, o Maranhão, que possui outra maravilha natural do Brasil: os Lençóis Maranhenses,
a cerca de 200 km dali. Se você escolher a primeira opção, a gente só lamenta.
Mas se escolheu a segunda, aí vai uma boa notícia: na próxima segunda-feira,
neste espaço, daremos todos os detalhes deste esplendoroso destino. Certeza de
que, após inteirar-se do que exatamente é o lugar, você vai correr ao balcão da
sua companhia aérea e mudar sua data de volta para casa.
Edição do Jornal da Parnaíba | Por Adalberto Araújo/O
Hoje - Fotos de Edilson Morais Brito