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Apresentação de Bumba-Meu-Boi em Parnaíba (Índias: Foto: Walter Fontenele) |
Falando de folclore, a brincadeira do Bumba-Meu-Boi surgiu nas fazendas de gado
existentes no Piauí. Os figurantes que compõem a apresentação do auto “Morte do
Boi” representam pessoas e assombrações que existiram em torno da criação de
gado no Piauí, no tempo da luta para a implantação das fazendas na então Villa
de Nossa Senhora do Monserrate da Parnahiba.
Essa brincadeira popular passou a existir após a chegada na Villa, dos escravos trazidos de muitos lugares para trabalharem na lavoura e fazendas de gado.
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Foto: Walter Fontenele |
Os descendentes da miscigenação desses negros (dançantes por tradição) com
vaqueiros e caboclos reais (índios que lutaram a serviço da coroa portuguesa na
implantação das fazendas) , criaram essa manifestação folclórica baseada na
história oral dos seus antepassados.
Os figurantes principais do auto são : O Fazendeiro, o Pai Francisco (capataz da Fazenda), o Curandeiro, a catrevage (assombrações influenciadas pelos negros) , o Capitão-Mor, o sargento-mor e o batalhão militar formado por vaqueiros e caboclos reais, principais personagens da luta entre fazendeiros e tapuias do norte do Piauí, Maranhão e Ceará.
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Foto: Walter Fontenele |
O Bumba-Meu-Boi adaptou-se ao tempo atual com uma roupagem rica em enfeites,
mas, mantém a tradição na batida dos seus tambores, no ronco do boi e na dança
requebrante dos seus participantes.
Essa manifestação do folclore piauiense, tem outras afirmativas a respeito do
seu surgimento, mas, aqui no nordeste, a que mais se apresenta verdadeira, é a que
está em tela, visto que ela era uma brincadeira noturna ao pé de fogueiras que
iluminavam o ambiente, onde, se dançava e cantava a história em torno da morte
de um boi numa fazenda.
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Sabe-se que por volta de 1839, a dança do Bumba-Meu-Boi foi levada para outros estados nordestinos, por caboclos e negros integrantes da Balaiada, após a luta em Contendas (Cocal) , onde aqueles revoltosos foram derrotados e banidos do Piauí.
- O Fantástico desvenda a história – A Lenda do Bumba Meu Boi é do Piauí!
- 30 de junho, dia nacional do Bumba Meu Boi, uma dança folclórica do Piauí
Sabe-se que por volta de 1839, a dança do Bumba-Meu-Boi foi levada para outros estados nordestinos, por caboclos e negros integrantes da Balaiada, após a luta em Contendas (Cocal) , onde aqueles revoltosos foram derrotados e banidos do Piauí.
Posteriormente, chegou a região norte através de seus descentes que migraram para a Amazônia na época de ouro da extração da borracha, onde, atualmente, existe a expressão maior dessa manifestação folclórica na cidade de Parintins, através da acentuada disputa entre os grupos dos bois Garantido e Garantido.
O Piauí ainda é uma terra que mantém a tradição econômica da criação de gado solto, e nessa atividade a peça mais importante na lida diária no seu trato, é o vaqueiro.
Dentro desse contexto, hoje, após encerrar-se o mês de junho, lembrei-me de um texto por mim escrito para um grupo de alunos da Escola Normal Francisco Correia, que se apresentou em concurso de festas juninas no ano de 2013, onde, se homenageou a mulher através da dança da mulher vaqueira, com a seguinte letra da música:
Cunhãs de vaqueiros
Somos cunhãs de vaqueiros
Das fazendas do sertão
Daqueles que tocam o gado
Montados em alazão.
Vaqueiro corre no campo
Atrás de garrote veleiro
Prende o bicho e ferra
Em marras no umbuzeiro.
Vai vaqueiro e faz
O teu trabalho e vem
Prende o gado e volta
Para os braço do teu bem.
Somos cunhãs de vaqueiros
Das fazendas do sertão
Daqueles que tocam o gado
Montados em alazão
Fazendo da luta no campo
Sua vida, sua razão.
Vicente de Paula Araújo Silva – “Potência” |
Edição: Jornal da Parnaíba
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