O calendário cultural parnaibano inclui entre seus
principais eventos, o carnaval (desfile de escolas de samba e blocos) e as
festas juninas (Arraial São João da Parnaíba). Em ambos, a Prefeitura Municipal
estimula e patrocina uma competição entre os diversos grupos culturais da
cidade que se inscrevem para concorrer a uma atraente premiação em dinheiro.
Esse estímulo à busca dos prêmios provoca uma maior participação e mais
investimento, tornando os eventos mais encantadores.
Enquanto política pública, a iniciativa da
prefeitura ganha importância porque transcende à simples culminância das
festividades. Os grupos culturais que se envolvem no calendário fazem um
trabalho social que nem mesmo a prefeitura tem a dimensão, ou pelo menos não se
tem notícia de que haja uma valorização neste aspecto ao ponto de acompanhar os
ganhos sociais que chegam aos jovens envolvidos na atividade cultural. Em um
mundo onde a falta de oportunidade e apoio à juventude, a arte e a cultura,
ganham um papel preponderante na inclusão social, sendo instrumento de mudança
de atitudes e comportamentos que podem elevar a qualidade de vida das pessoas.
Será que a administração municipal tem a clareza de que mergulhar na reflexão
das ações ligadas à área cultural e artística podem contribuir para a inclusão
das pessoas que vivem praticamente à margem da sociedade? Cabe também
indagar: que tipo de diálogo é travado entre o poder público e os grupos
culturais da cidade?