quarta-feira, maio 13, 2009

A Barragem Algodões I é um exemplo concreto do abandono por que passam as barragens no Piauí.

São inúmeras as barragens do estado, todas passam pelo mesmo problema da Barragem Algodões I. Depois de construídas são simplesmente esquecidas, ficam sem utilidade, algumas nem mesmo são povoadas com peixe para que a população local se beneficie.
Na hora de apresentar o projeto para o governo federal, para que esse possa repassar os recursos para o estado, o projeto é lindo, atende aos anseios da comunidade, gera emprego e renda e resolve o problema da falta de água e tudo o mais.
Depois da construção vem as autoridades para colher os louros, é governador, prefeito, deputado e às vezes até ministro. Daquele dia em diante o açude fica lá e sem nenhuma manutenção como manda as normas para esse tipo de construção civil. As árvores são o principal problema dos açudes. A raiz pode atingir a parede do e causar trincaduras, ou ainda passar por baixo da parede.
A Barragem Algodões I, em Cocal da Estação, passou mais de dez anos sem que ninguém fizesse sequer uma vistoria, só agora, com o clamor dos moradores do local que, assustados com o perigo eminente pediram socorro ao Governo do Estado e a Prefeitura de Cocal.
O momento mais esperado de qualquer barragem é quando ela começa a sangrar, é um espetáculo belo que só as chuvas podem trazer e quando tem uma nascente dentro da barragem, as vezes ela nunca mais deixa de sangrar, levando vida por onde passar. Entretanto, Algodões I que começou a sangrar pela primeira vez na madrugada de terça-feira (12), ao invés de levar vida as famílias que moram próximas à barragem, está levando pânico e começaram a ser retiradas para evitar uma tragédia maior.
A Emgerpi na semana passada, por medida de segurança, retirou todas as famílias que residem na calha ou próximo da calha do Rio Pirangi, já que a barragem jamais havia sangrado. Esse trabalho foi feito pelas assistentes sociais da empresa, em parceria com a Prefeitura do Município de Cocal, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Elas estão abrigadas na casa de parentes ou escolas públicas.
Os engenheiros da Emgerpi e da empresa de consultoria do Rio de Janeiro, Geo Projetos e Engenharia, estão na barragem desde a semana passada tomando todas as medidas necessárias para a segurança da população da região.
O aumento das chuvas na região, desde terça-feira (12), contribuiu de forma significativa para aumentar a vazão das águas, o que fez com que o Governo do Estado e a Prefeitura de Buriti dos Lopes decidissem, na manhã desta quarta-feira (13), retirar todas as famílias que moram em áreas ribeirinhas entre Cocal e Buriti dos Lopes, como medida de precaução. A decisão foi tomada em reunião da qual participaram a presidente da Emgerpi, Lucile Moura, e a prefeita de Buriti dos Lopes, Ivana Fortes.
Devido às chuvas, a estrada de acesso à barragem foi cortada. Algumas famílias que ficaram ilhadas também estão sendo retiradas pelo Corpo de Bombeiros e levadas para abrigos.
Que Algodões I sirva de exemplo para aqueles que são responsáveis pela manutenção e conservação das barragens do Piauí.

Nenhum comentário: