No ano de 2022, o Estado do Piauí contabilizou um total de 10 córneas
doadas para transplante, das quais, 08 córneas foram proporcionadas pela
Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (SESAPI) e 02 pelo NRPC de Parnaíba,
representando 20% do total de córneas doadas.
Em 2023, o IML de Parnaíba conseguiu 10 doações de córneas,
enquanto os órgãos da SESAPI obtiveram 18 córneas. Destaca-se que neste ano,
35,7% das córneas doadas são provenientes do NRPC de Parnaíba, evidenciando o
papel crucial desempenhado pela instituição na doação de órgãos para
transplante no estado.
Já nos primeiros meses deste ano, o NRPC de Parnaíba contabilizou sete
doadores, totalizando 14 córneas doadas.
O chefe de Cartório do Núcleo Regional de Polícia Científica de
Parnaíba, Eduardo Neves, destacou que o aumento significativo na doação de
córneas no Estado do Piauí, tem sido possível graças ao apoio do Governo do
Estado, através da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Secretaria de
Estado da Saúde.
“A contratação de profissionais capacitados, como assistentes sociais,
enfermeiras, psicólogos e recepcionistas, tem sido fundamental para agilizar o
processo de entrevistas com as famílias das vítimas. Isso é muito importante,
pois temos apenas seis horas para que o corpo tenha potencial de doação de
córneas. Vale ressaltar, que a parceria entre as instituições têm se mostrado
essencial para garantir que o processo de doação seja realizado de forma
eficiente e rápida, contribuindo assim para salvar vidas e oferecer esperança
para aqueles que necessitam de transplante de córneas", pontuou Eduardo
Neves.
A coordenadora do Núcleo de Córneas de Parnaíba, Nadja Miranda de
Freitas, destacou que o Núcleo é referência na captação de córneas na região. Localizado
no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) e vinculado ao Banco de Olhos do
Hospital Getúlio Vargas (HGV) em Teresina, é pioneiro nessa iniciativa.
Recentemente o Banco de Olhos expandiu suas atividades, implantando também um
Núcleo de Córneas no município de Piripiri, seguindo o modelo de funcionamento
das atividades realizadas pela equipe de Parnaíba.
Os pacientes que venham a óbito no HEDA ou que cheguem ao Núcleo
regional de Polícia Científica em até seis horas após a ocorrência, passam por
uma avaliação para verificar se podem ser doadores de córneas. Algumas causas
de óbito contra-indicam a doação, mas em sua maioria, pessoas que venham a
óbito na faixa etária de 3 a 75 anos podem ser doadores.
"A legislação atual determina que apenas familiares até segundo
grau e cônjuge podem autorizar a doação de órgãos ou tecidos. Portanto, é
realizada uma entrevista com a família para explicar a possibilidade da doação
de córneas, caso seja autorizado, nossa equipe realiza o procedimento cirúrgico
para a captação do tecido ocular. As córneas doadas são encaminhadas para o
Banco de Olhos em Teresina, onde passam por preservação e preparo para o
transplante. Essas doações beneficiam pessoas cadastradas na fila de espera
para córneas no Piauí, com controle realizado pela Central Estadual de
Transplante", explicou Nadja Miranda.
O Perito-Geral do Departamento de Polícia Científica (DEPOC) da PC/PI ,
Antonio Nunes, afirmou que o trabalho realizado pelo Núcleo Regional de Polícia
Científica de Parnaíba é um marco importante para a região norte e para todo o
Estado do Piauí.
"Ainda há muita desinformação e crenças relacionadas à doação de órgãos e tecidos; muitas pessoas acreditam que é um procedimento demorado, que vai atrasar a liberação do corpo, ou mesmo que o corpo ficará deformado. E nada disso é verdadeiro, pois o procedimento é feito de forma ágil e a reconstituição da aparência do doador é uma prioridade. A função da nossa equipe é esclarecer para a família como realmente ocorre, tirar dúvidas e ampará-los com as devidas informações para que possam tomar a decisão", finalizou a coordenadora do Núcleo de Córneas de Parnaíba, Nadja Miranda.