Parlamentares reclamam que Piauí não arrecadará
ICMS com a energia gerada no Estado e ficam pouquíssimos empregos após.
![]() |
Foto: Walter Fontenele |
A promessa de que os bons ventos soprem na economia
piauiense com a construção das usinas eólicas pode significar mais uma vez a
apenas o oferecimento das potencialidades do Estado para as empresas privadas
que pouco deixam para a população. A preocupação foi apontada pelo deputado
estadual Rubem Martins (PSB), que questiona o fato das empresas privadas
comprarem a energia e o ICMS não ficar no Piauí.
É preciso pensar no que acontece com a população.
Na região Delta do Parnaíba, por exemplo, quando a obra finda, ficam pouquíssimos
empregos.
Além disso, o ICMS é cobrado apenas nas regiões
consumidoras da energia, que geralmente é outro estado, há também a preocupação
dos moradores piauienses do Delta onde são instaladas torres de captação dos
ventos.
A única garantia que a população possui é a do
arrendamento de suas terras, que podem variar entre R$ 1.500,00 e R$ 2.200,00 a
depender de quantos aerogeradores possuem sua propriedade. As limitações de uso
do território por parte da população tradicional presente no local, ao
contrário, são maiores. No caso das eólicas da Pedra do Sal os terrenos foram
comprados.
Os resultados deste tipo de desenvolvimento que é
trazido para o Piauí tem demonstrado que não envolve a população. Quando muito,
envolve retirando-a do caminho, em nome das empresas privadas; É o que tem sido
demonstrado pela população tradicional da região da praia de Pedra do Sal, em
Parnaíba, onde há uma série de mobilizações em defesa do território.
De acordo com a presidente da associação de
moradores da região, Norma Sueli, o território foi completamente modificado e o
uso dos bens naturais está bastante limitado. Artesã, Norma conta que nem o
murici, usado para o artesanato, e nem o acesso aos cajueiros usados como
produto de subsistência, podem mais ser acessados, uma vez que as usinas são
cercadas. A população também se queixa de que as lagoas locais estão sumindo e
o fluxo de pessoas, sobretudo de carro, tem modificado o território.
Edição do Jornal da Parnaíba
Com informações de Sarah Fontenelle - Jornal O
Dia