Família morreu no Piauí após comer baião-de-dois envenenado
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Casa destruída pela população |
O valor calculado até agora pelo advogado gira em torno de R$ 300 mil.
O caso aconteceu em Parnaíba (a 340 quilômetros de Teresina).
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Lucélia Maria da Conceição Silva, 53 anos |
Ela é avó de quatro dos mortos, todos crianças, e mãe de dois dos
adultos. Maria dos Aflitos confessou, segundo a polícia, ter matado no dia 22
de janeiro com café envenenado uma outra vizinha, Maria Jocilene da Silva, 41.
A dona de casa acusa o marido de ter matado os integrantes da família.
Francisco nega os crimes.
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Lucélia Maria da Conceição Silva |
A vida dela mudou radicalmente no dia 23 de agosto do ano passado
quando foi acusada de envenenar duas crianças, um de 7 anos e outro de 8 anos,
seus vizinhos.
Ela passou quatro meses e 20 dias na Penitenciária Feminina em Teresina
e só foi solta após perícia constatar que os meninos não foram envenenados com
cajus.
Segundo a polícia, as frutas foram recolhidas para serem analisadas no
dia do envenenamento, mas o resultado do exame demorou mais de quatro meses
para sair.
O Departamento de Polícia Científica do Piauí alegou falta de insumos, porque o laboratório de toxicologia de Teresina era recém-inaugurado. De acordo com a polícia, os meninos foram intoxicados com suco.
O advogado de Lucélia informou que pediu ao Ministério Público do Piauí a antecipação do julgamento e a dispensa de produção de provas testemunhais.
"Lucélia Maria é 100% inocente e passou por uma experiência brutal na cadeia com ameaças de morte. Vamos pedir a extinção do processo, pois não existe a necessidade de produção de provas com a confissão de Maria dos Aflitos e a prisão de Francisco de Assis", disse Sammai Cavalcante.
Sobre o veneno encontrado na casa da aposentada, Sammai disse que é hipocrisia da polícia, pois é frequente os moradores de Parnaíba usarem o produto para matar ratos, formigas e cupins.
Desde que deixou a prisão, há 23 dias, Lucélia disse que ainda não saiu
na rua. "Eu fico com medo de andar pelas ruas porque me ameaçaram até de
arrancar minha cabeça fora. Eu não sai na rua nenhuma vez ainda", disse à
imprensa local.
O Ministério Público marcou para o dia 17 de março a audiência de
conciliação e julgamento do caso de Lucélia.
Entenda o caso
Francisco de Assis Pereira da Costa foi detido sob a suspeita de
envenenar com arroz oito pessoas, entre familiares e vizinhos, durante almoço
no dia 1º de janeiro. Dois sobreviveram.
A polícia constatou que as vítimas foram intoxicadas com pesticida,
veneno usado em plantas e para matar ratos.
Francisco de Assis morava na mesma casa dos irmãos mortos em agosto e
vivia com a avó dos meninos, Maria dos Aflitos.
Em um intervalo de cinco meses, de agosto de 2024 a janeiro de 2025,
dez pessoas foram envenenadas na casa de Maria dos Aflitos, que era
proprietária de uma residência de quatro cômodos onde viviam 13 pessoas, entre
filhos e netos.
Oito dos envenenados morreram, sendo cinco irmãos pequenos, um deles um
bebê de um ano e oito meses. Além disso, morreram a mãe das crianças, Francisca
Maria da Silva, e o irmão dela, Manoel Leandro da Silva, 18, que são filhos de
Maria dos Aflitos.
Ao ser presa e admitir a morte da vizinha, Maria dos Aflitos então
passou a dizer que Francisco tinha comprado o produto e envenenado todos.
Por Yala Sena | da Folhapress
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