A PF apontou que as conversas com o líder do esquema, também estudante de Medicina, iniciaram em 2021.
![]() |
Operação da Polícia Federal |
As investigações indicam que o contato entre Jeovanna e André começou com o objetivo de obter vagas em vestibulares de pelo menos quatro instituições. Segundo a PF, a estudante forneceu uma segunda via do seu documento de identidade, que foi adulterado para incluir a foto de uma pessoa contratada para realizar a prova em seu lugar. A mulher identificada como Adriele Pedroso foi a responsável por prestar o vestibular do IESVAP em nome de Jeovanna. A cearense teria pago R$ 2 mil a André para garantir sua aprovação.
![]() |
Condomínio Ideal Residence, em Parnaíba |
O grupo liderado por André Rodrigues Ataíde é acusado de burlar sistemas de segurança de forma recorrente, facilitando a entrada de candidatos em cursos concorridos. A PF identificou os pagamentos por meio de transferências bancárias, e os lucros obtidos com as fraudes eram distribuídos entre as pessoas responsáveis por realizar as provas de maneira ilegal.
A Operação Passe Livre teve início em fevereiro deste ano, combatendo
fraudes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na 1ª fase das diligências, a
investigação identificou que André Ataíde teria realizado provas do Enem de
2023 e 2022 no lugar de dois candidatos. Com base na nota no Enem conseguida
através de fraude, essas duas pessoas foram aprovadas em medicina, pela
Universidade Estadual do Pará (Uepa) em Marabá, mas sem terem feito a prova
A perícia da Polícia Federal constatou que as assinaturas nos cartões
de resposta e as redações não foram produzidas pelos inscritos nos processos
seletivos do Enem. Para se passar por outros candidatos, o suspeito de fazer as
provas pode ter usado documentos falsos. Na época, André Ataíde cursava
Medicina na Uepa de Marabá, mas passou por processo de expulsão e migrou o
curso para a Faculdade de Ciências Médicas do Pará (Facimpa).
Crimes que os alvos podem responder
Os alvos da operação podem responder pelos crimes de estelionato, já
que foram utilizados meios fraudulentos para obter aprovações indevidas em
vestibulares e no Enem, prejudicando candidatos legítimos. Também pode ser
imputado o uso de documento falso, pois Jeovanna forneceu uma identidade
adulterada para que outra pessoa realizasse a prova em seu lugar. Além disso,
há indícios de falsidade ideológica, devido à inserção de informações falsas em
documentos oficiais para enganar as instituições de ensino.
A configuração de associação criminosa (art. 288) é outra
possibilidade, uma vez que várias pessoas participaram do esquema com tarefas
bem definidas
Por: Davi Fernandes | GP1
Nenhum comentário:
Postar um comentário