A Polícia Civil do Piauí, por meio do Departamento de Polícia Científica (DEPOC), finalizou, nesta sexta-feira (20/09), mutirão de coleta de material biológico de pessoas condenadas na Penitenciária Mista de Parnaíba, no litoral do estado.
Segundo a diretora do Instituto de DNA Forense do DEPOC, Adilana
Soares, ao todo, 141 amostras de DNA de presos foram coletadas em Parnaíba, e
as cidades de Floriano, Picos e Oeiras, na Região Sul do Piauí, serão as
próximas a receber mutirão.
De acordo com o Governo Federal, a RIBPG foi criada com a finalidade
principal de manter, compartilhar e comparar perfis genéticos a fim de ajudar
na apuração criminal e/ou na instrução processual.
Conforme o XX Relatório da RIBPG, divulgado no primeiro semestre
deste ano, o Banco Nacional de Perfis Genéticos já ajudou a solucionar crimes
patrimoniais envolvendo o Piauí. Confira a descrição do caso:
”Em 2012, houve um arrombamento de caixa eletrônico no estado de Goiás,
em que alguns objetos foram deixados no local pelo autor do crime. Em 2020, uma
perícia foi realizada em local de arrombamento e furto de um supermercado no
Estado do Rio Grande do Sul, com ocorrência de danos em várias áreas do
estabelecimento comercial. Em outro momento, no ano de 2021, um furto qualificado
de caixa eletrônico ocorreu no Estado de São Paulo. Em todos os estados, foram
coletados vestígios, cujos perfis genéticos foram inseridos no Banco Nacional
de Perfis Genéticos, e, após busca, estes coincidiram entre si, permitindo
relacionar o autor, até então desconhecido, aos crimes ocorridos em Goiás, Rio
Grande do Sul e São Paulo nos anos de 2012, 2020 e 2021. Em novembro de 2019, a
Polícia Civil de Pernambuco recebeu informações da Polícia Civil de Alagoas
sobre indivíduos que teriam praticado arrombamento de cofre em uma instituição
financeira e estariam fugindo para Pernambuco. Após abordagem pela Polícia
Rodoviária Federal na divisa Paraíba/Pernambuco, os suspeitos foram levados à
delegacia, mas, devido à falta de vidências no momento, não foram presos em
flagrante, apenas iniciando-se um inquérito e sendo coletado material genético
de forma voluntária. Durante a investigação, descobriu-se que os indivíduos
forneceram identidades falsas. Dado uma prévia condenação por roubo, os perfis
genéticos foram inseridos no Banco Nacional de Perfis Genéticos em 2021. Este
retornou a coincidência de um perfil dos criminosos com o perfil de vestígios
das ocorrências anteriormente descritas, permitindo identificar as autorias. O
indivíduo é investigado em inquéritos e processos em diversos estados e na
Polícia Federal por crimes de falsidade ideológica e contra o patrimônio.
Ainda, em 2023, um novo crime foi notificado. Desta vez, em uma agência
bancária no Estado do Piauí. O vestígio coletado no local do crime permitiu a
obtenção de um perfil genético, que quando inserido no Banco Nacional, também
coincidiu com o indivíduo coletado em Pernambuco. Dessa forma, o Banco Nacional
de Perfis Genéticos permitiu identificar o autor dos crimes ocorridos em Goiás
(2012), Rio Grande do Sul (2020), São Paulo (2021) e Piauí (2023) a partir da
coleta de DNA de um indivíduo realizada em Pernambuco conforme Lei de Execução
Penal. As Autoridades Policiais de todos os estados foram informadas do
ocorrido. O caso demonstra a eficiência do Banco Nacional de Perfis Genéticos
em solucionar crimes ocorridos em diferentes épocas e locais.”
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