O Piauí tem uma taxa de mortalidade infantil três vezes a média
nacional e o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) irá tomar medidas
e cobrará investimentos para reduzir este número alarmante.
Presidente do CRM-PI, Drª Mírian Palha Dias Parente |
Os números não mentem e só confirmam que cada vez mais os governos têm
utilizado políticas de desmonte da saúde pública no Brasil, especialmente reduzindo
investimentos fundamentais no SUS e nos programas de saúde à população.
Com os
dados divulgados no último mês de maio pela Fundação Abrinq, sobre o
crescimento nacional de 11% da taxa mortalidade infantil, entre 2015 e 2016,
uma elevação que não havia registro nos últimos 13 anos, comprova que medidas
urgentes precisam ser tomadas.
A presidente do CRM-PI, Drª Mírian Palha Dias Parente, ressalta que é
notória a queda dos investimentos em saúde e certamente o resultado disso seria
em estatísticas desastrosas. Ela informou que o Conselho está trabalhando há muito
tempo e enfrentando situações negativas na saúde pública do Piauí. “Essa
pesquisa não nos causa estranheza, uma vez que a Maternidade, onde foi
constatada essa média elevada mortalidade neonatal, acima de todos os estados
no país, é reflexo de um problema muito mais complexo, que envolve a falta de
investimentos em todas as esferas públicas, inclusive na atenção básica”,
frisou.
Diante de toda a problemática e de várias denúncias que o CRM-PI recebe
inclusive de médicos, os quais vêm sofrendo com a falta de condições de
trabalho e com a superlotação na MDER, o CRM-PI atuará em parceria com o
Ministério Público do Estado em ações que buscarão melhorias para a maternidade
e já tem intensificado as fiscalizações nas Unidades Básicas e Mistas de Saúde
em todo Estado. Nos últimos dias, médicos da MDER denunciaram a falta de
material básico de uso hospitalar e de higiene, como papel toalha. Em todos os
setores da maternidade são encontradas falhas e quem mais sofre com isso é a
população. Para o CRM-PI, quando os recursos não chegam até o destino, uma
série de problemas começa a surgir, como, por exemplo, o aumento de
parturientes com complicações, tendo as suas vidas e dos seus bebês com maior
taxa de risco e esses casos geralmente são levados à MDER, daí os números
altíssimos de mortalidade infantil estarem concentrados naquela instituição.
Jornal da Parnaíba
Nenhum comentário:
Postar um comentário