Delegados alegam que por conta da greve da Polícia Civil não conseguem
dar conta da carga de trabalho e são obrigados a liberar presos levados pela PM
durante o plantão.
Christian Castro Mascarenhas, delegado plantonista da Central de Flagrantes na data de 03 de maio |
O delegado plantonista da
Central de Flagrantes de Parnaíba na data de ontem (03/05/2018), Christian
Castro Mascarenhas, não conseguiu dar conta da quantidade de ocorrências
levadas pela Polícia Militar no decorrer de seu plantão e liberou vários
presos, dentre eles quatro homens que estavam armados dentro de um carro
recentemente roubado em Luís Correia.
Os referidos presos não estão abrangidos nas exceções do movimento
grevista dos Agentes e Escrivães de Polícia Civil (base da Polícia Civil), e
sem a força de trabalho da base os Delegados (que não estão em greve) não
conseguem dar conta da carga de trabalho, normalmente liberando os presos
levados pela PM durante o plantão, ocasionando um enorme prejuízo para a
sociedade e paz pública.
Preso levado pela Polícia Militar sendo liberado da Central de Flagrantes de Parnaíba |
A greve da base da Polícia Civil (Agentes e Escrivães) completou um mês
neste mesmo dia (03/05/2018), e até o presente momento o governo do estado não
cumpriu com os principais pontos de um acordo realizado em processo judicial
perante o Tribunal de Justiça, processo este movido pelo próprio governo para
acabar com a última greve da base, no ano de 2015, ou seja, quem deveria zelar
pela segurança da população vem descumprindo decisão judicial e adotando
postura de indiferença quanto a solução do problema, não envidando esforços
para contornar a situação.
Os policiais civis estão há três anos esperando as promessas do
governo. Entretanto, desde o início da greve o Governador Wellington Dias tem
constantemente se ausentado do Estado, ora para visitar o ex-presidente Lula
(preso em Curitiba), e mais recentemente para passear na Europa, enquanto se
aprofunda um verdadeiro caos no estado do Piauí, com o aumento da insegurança,
roubos diuturnos a instituições financeiras, número crescente de assaltos, para
citar os crimes que a população mais sofre. Ante a indiferença do governo e a
insatisfação dos agentes e escrivães, que pleiteiam tão somente o cumprimento
da decisão judicial, promessas feitas há três anos e melhorias em estrutura,
como o conserto de viaturas, pagamento de diárias, estruturação das delegacias,
entre tantas outras carências da Polícia Civil do Estado do Piauí, os policiais
ressaltam que vão manter a greve até que o governo cumpra integralmente o
acordo no último Dissídio coletivo de greve.
Preso levado pela Polícia Militar sendo liberado da Central de Flagrantes de Parnaíba |
Os agentes e escrivães ressaltam que o movimento grevista é legal, pois
amparado em lei e decorrente de descumprimento de decisão judicial por parte do
Estado. Porém, o governo Wellington Dias tenta abafar o caos que está a
segurança pública, gastando grandes somas de dinheiro público com alguns
setores da imprensa em detrimento do povo que tem o direito constitucional à
segurança.
Como é do conhecimento de todos, o Estado do Piauí gasta muito mais com
a grande mídia do que com a segurança, sendo o Piauí atualmente o Estado que
menos investe em segurança pública no Brasil. No entanto, este portal livre de
amarras tem compromisso com a verdade e traz esse grave problema ao
conhecimento do povo para que cobrem das autoridades a solução dos problemas
apontados pelos Policiais.
Da redação do Jornal da Parnaíba
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