No apagar das lamparinas e no ajuntar do cisco pela
menina na hora de varrida da casa o Governo Federal publica na edição de
segunda-feira dia 29 a ampliação do prazo máximo de pagamento de empréstimos
consignados, esses com desconto em folha, pra aposentados do INSS. A quantidade
de prestações mensais saltou, feito veado correndo com medo de tiro, dos 60
meses, o equivalente a cinco anos, para 72 meses, ou seja, seis anos.
Esta medida altamente e escancaradamente eleitoreira
foi uma recomendação de um tal de Conselho Nacional da Previdência Social e
passa a valer a partir de 1° de outubro. Atualmente as taxas no mercado são de
2,14% ao mês para empréstimos e 3,06% para o pagamento de cartão de crédito. O
valor da renda comprometida do aposentado ou pensionista não pode passar dos
30%. O Governo Federal mascarando uma o período atual e se valendo de um tudo
em quanto, feito quem não sabe nadar no meio de um maremoto, empurra milhões de
pobres velhinhos na fila da agiotagem oficial.
E me lembro que aqui nesta Parnaíba havia muito
agiota que emprestava dinheiro a juro pra aposentados. Os coitadinhos saiam do
posto da Previdência, ali naquele prédio da cabeça da ponte Simplício Dias e
iam direto bater na porta deles se humilhando por um dinheiro mais avultado.
Depois iam gastar com alguma besteira, uma despesa, nas casas de comércio do
hoje centro comercial. Levavam pra casa o rebotalho, o sobejo, a lavagem dos
patos do que havia nos mercados. E o agiota ficava com o carnê preso dentro de
um cofre. Dessa forma o pobre do aposentado ficava com seu documento retido e
sendo chantageado.
Era um escravo, um refém desses bandidos que
cobravam um juro mais alto que a Apolo Onze. Nem podiam reclamar e não havia
ninguém que lhes escutasse porque a lei aqui não chegava E muita gente desta
minha geração, se puxar pela memória, vai se lembrar quem eram os que se
aproveitando da miséria e ignorância daqueles homens humildes lhes tiravam o
sono e o sossego e o sono e o direito de usufruir do seu dinheiro. E assim foi durante muitos e muitos anos até
que, ninguém sabe quem foi, um filho de Deus denunciou esta quadrilha. E foi um
tal de Polícia Federal vir e acabar com a mamata. Eu não sei se eles depois de muito
tempo voltaram com outro endereço e chefe de bando.
Mas voltando ao assunto dos empréstimos consignados
pra aposentados e pensionistas ocorre lembrar agora a situação de milhões de
aposentados e pensionistas brasileiros que hoje com seu pouco dinheiro, com o
que sobra, sustentam filhas, netos, bisnetos, parentes e aderentes. É um
celular pra uma neta aqui, uma moto pro neto andar fazendo cavalo de pau mais
na frente. E se sobrar alguma pontinha acabam pagando os remédios comprados
fiados ou quando muito, um plano funerário, que é o que lhes reserva certamente
a vida miserável que levam.
E ainda tem um financiamento pra outra neta comprar
material de reforma de casa, uma geladeira ou fogão pra uma filha mais acolá e
até ajudando no pagamento da pensão alimentícia de outro filho ou neto
vagabundo ou metido a valente e que emprenhou a namorada. E por aí vai. No fim,
pra ele sobra nada e muita dor de cabeça.
Agora o próprio Governo Federal, numa medida
eleitoreira, na última puxada de balde, vira uma viúva emprestando dinheiro a
juro. Promete os mais baixos e mais tempo pra o resgate da dívida. Dentro de
mais alguns dias há de se ver as centenas e centenas de pobres aposentados e
pensionistas fazendo empréstimo consignado. Muitos e muitos estão com idade avançada.
Nem sabem se acabam de pagar aquilo que pouco haverão de usufruir dentro de
casa.
E vendo eles nas filas dos bancos recebendo o pouco
que sobrou do benefício dá uma pena, um aperto no coração e um nó na garganta.
Dá uma pena ver estes homens, que mal podem andar sendo arrastados pelos
corredores das agências, calçados com umas chinelas japonesas, dessas bem
baratas, compradas nas lojas de um real. Agora o agiota é o Governo Federal.
Pra quem eles vão agora reclamar?
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Por Antônio de Pádua
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