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Igreja de Nossa Senhora de Monserrate em Parnaíba |
Sabe-se que neste ano a Escola de
Samba Unidos da Ponte, em Parnaíba, desfilará no domingo de carnaval com o enredo
‘História da Parnaíba’. A verdade é que o tema escolhido tem um alto significado
como resgate histórico da memória de nossa cidade, pois, o povo parnaibano merece ter
conhecimento da trajetória vivida pelo seus antepassados a partir do lugar que
ao longo do tempo foi conhecido como Villa de
Nossa Senhora de Monserrate da Parnahiba, Villa Nova da
Parnahiba, (a Villa Velha da Parnaíba é a atual cidade de
São Bernardo) , “Cítio dos Barcos ”, Villa de São João da Parnahiba, e, enfim, cidade da Parnaíba.
Toda essa passagem épica, teve
início legal a partir de 11 de junho de 1711, quando o pernambucano João Gomes
do Rego Barros na condição de preposto do rico empreendedor baiano Pedro
Barbosa Leal, por ocasião da instalação da primeira feitoria de salga de carne
na beira do Iguará (Igaraçu), solicitou e obteve a permissão para construir uma
igreja, a qual, seguindo o modelo da existente em Salvador, no forte da ponta
de Monserrathe, foi erigida e ainda hoje
existe ali na Rua Duque de Caxias, área do Porto das Barcas.
Acredito que a tradicional escola
de samba apresentará como destaques alguns
personagens que em vida por aqui passaram e deixaram suas louváveis marcas
às causas da Parnaíba. Entre eles, destacaram-se nas suas épocas:
VILLA DE NOSSA SENHORA DE MONSERRATE
O Capitão-Mor João Gomes do Rego
Barros e sua esposa Maria do Monte Serrate Castello Branco – fundadores da
Feitoria; Mandu Ladino – líder da
revolta tapuia; Bernardo Carvalho de Aguiar – Tomou a Villa de Nossa Senhora de
Monserrate da Parnahiba após a invasão pelos índios Araiós em 1712 ; Manuel
Peres Ribeiro – matador de Mandu Ladino no exercício de sua função como
Sargento-Mor da Villa de Nossa Senhora de Monserrate da Parnahiba ,
VILLA DA PARNAHIBA
Paulo Afonso – Comprador da Villa
da Parnahiba em 1728.
VILLA DE SÃO JOÃO DA PARNAHIBA
João Paulo Diniz – fundou no
lugar “Cítio dos Barcos” na beira do Igaraçu a 2ª Feitoria de Salga de Carne de
Gado e Courama bovina; Diogo Álvares Ferreira de Veras – proprietário de um dos
armazéns de salga de carne no lugar “Cítio dos Barcos”, foi o líder do
movimento para a instalação da Villa de São João da Parnahiba na beira do
Igaraçu, onde existia a Igreja construída por João Gomes e que naquela época
tinha como padroeira Nossa Senhora de Nazareth, santa de devoção da influente
família Abreu Bacellar. Domingos Dias da Silva e Manuel Antonio da Silva
Henriques – Implementaram a exportação do charque parnaibano, conseguindo para
isto a criação da alfândega na Villa; Cel. Simplício Dias da Silva – Continuou
a exploração comercial do charque iniciada pelo seu pai Domingos Dias da Silva;
José Gomes de Araújo e Cel. João José de Salles – Senadores da Câmara, como
Manuel Antonio da Silva Henriques, deram
sustentação legal ao movimento da independência no Piauí em 19 de outubro de 1822, liderado pelos brasileiros João
Cândido de Deus e Silva, Simplício Dias e Leonardo de Carvalho Castello Branco;
Cel.
Miranda Osório – após a morte de Simplício Dias, passou a ocupar o seu lugar no comando das ações comerciais e
militares na Villa até a sua elevação à categoria
política de cidade da Parnaíba, em 14 de agosto de 1844; Cap. Antonio Ferreira de Araújo e Silva – irmão
por parte de pai do poderoso Simplício Dias, sempre esteve ao lado do irmão nas
causas que o mesmo defendia. Por ocasião da invasão da Villa pelas tropas portuguesas
comandadas pelo Major João José da Cunha Fidié, foi preso a bordo do brigue de
guerra infante Dom Miguel, por ter remetido Armas para Simplício quando ele se
encontrava no Ceará organizando aparato militar para retomar a Villa. Na luta
para liquidar a revolta Balaia no Piauí, estava em missão delegada por Miranda Osório,
comandante da guarnição militar na região da Parnahiba, quando em 1839, no
lugar Frecheiras (atualmente município de Cocal) foi assassinado. Portanto,
pode-se denominá-lo “Mártir das Causas Legais da Parnaíba”...
CIDADE DA PARNAHIBA
Miranda Osório – após a elevação
da Villa a condição de cidade, ocupou até o seu falecimento em 1877, o
exercício de liderança maior no município. Durante esse tempo, ocupou todos os
cargos importantes da cidade. Foi Comandante da guarnição militar, Comandou a
luta contra os balaios na região da Parnaíba, liquidando o movimento no Piauí,
nas batalhas de Barra do Longá, Beirú, Frecheiras e Contendas. Foi Comandante
superior da Guarda Nacional e Coronel Honorário do exército brasileiro. Já
veterano, ofereceu-se como Voluntário da Pátria à guerra do Paraguai. Politicamente, exerceu as funções de
Presidente da Câmara de Vereadores, Juiz de Paz, Suplente de Juiz Municipal, Delegado
de Polícia e Deputado Provincial. Participou de todos os movimentos cívicos em
favor das causas brasilicas, como a Revolução de 1817, movimento de 19 de
Outubro de 1822, batalha de Genipapo e Confederação do Equador. Foi Cônsul da
França em Parnaíba, dignatário da Imperial Ordem da Rosa e membro da Ordem de
Cristo. Efetivamente, foi o substituto de Simplício Dias da Silva no comando
das ações de governabilidade na então Villa de São João da Parnaíba até os
primeiros 30 anos da cidade da Parnaíba.
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Phb. 26/01/2013 Vic.
Por: Vicente de Paula Araújo
Silva “Potência”
Edição: Jornal da Parnaíba
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