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Segundo o deputado Antonio Uchoa (PDT), não. O assunto está sendo pauta de discussão neste hoje na Assembléia Legislativa do Piauí.
Já do lado cearense, o Piauí ficaria com uma pequena faixa de terra do município de Crateús. Uma comissão de deputados do vizinho estado está na Casa para, ao lado dos piauienses, chegarem a um consenso sobre o histórico litígio entre os dois estados.
Pelo que explicou Uchoa, a faixa de terra de Luís Correia em litígio passaria a pertencer ao município de Granja (CE). As cidades de Cocal dos Alves, São João da Fronteira, Pedro II, São Miguel do Tapuio e Buriti dos Montes também possuem áreas em litígio.
O presidente da Alepi, Themístocles Filho (PMDB), disse que o governador Wellington Dias já tem proposta firmada para apresentar ao Ceará. "Mas prefiro que ele mesmo anuncie através de um papel escrito", disse.
Quando os dois estados chegarem ao consenso sobre suas terras, a proposta será enviada para o Congresso Nacional, onde será homologada.
ENTENDA O CASO
As disputas territoriais entre Ceará e Piauí remontam ao século XVII, mais precisamente ao ano de 1656, quando a capitania secundária do Ceará foi separada da capitania-geral do Maranhão e Grão-Pará, que incluía a área hoje do Piauí, e anexada à capitania-geral de Pernambuco.
Enquanto o Ceará tinha importância política menor dentro do projeto colonial português, o Maranhão passou a reivindicar a posse do aldeamento indígena Nossa Senhora da Ibiapaba, conhecido como Missão da Ibiapaba, onde hoje está o município de Viçosa do Ceará. “Era um dos maiores aldeamentos da América, com grande presença de índios, fundamental para a obtenção de mão-de-obra escrava. Os escravos negros eram muito caros, e o Piauí não tinha como comprar. Vem daí, a disputa pela região. Não é apenas por terras.
Em 1799, o Ceará tornou-se independente, mas as disputas pela região da Ibiapaba continuaram. A separação do Piauí em relação ao Maranhão, em 1811, não atenuou a disputa. Várias vezes, se pretendeu anexar a Ibiapaba, ora ao Ceará, ora ao Piauí.
O caso da Parnaíba
Enquanto o Ceará tinha importância política menor dentro do projeto colonial português, o Maranhão passou a reivindicar a posse do aldeamento indígena Nossa Senhora da Ibiapaba, conhecido como Missão da Ibiapaba, onde hoje está o município de Viçosa do Ceará. “Era um dos maiores aldeamentos da América, com grande presença de índios, fundamental para a obtenção de mão-de-obra escrava. Os escravos negros eram muito caros, e o Piauí não tinha como comprar. Vem daí, a disputa pela região. Não é apenas por terras.
Em 1799, o Ceará tornou-se independente, mas as disputas pela região da Ibiapaba continuaram. A separação do Piauí em relação ao Maranhão, em 1811, não atenuou a disputa. Várias vezes, se pretendeu anexar a Ibiapaba, ora ao Ceará, ora ao Piauí.
O caso da Parnaíba
Um dos marcos da disputa entre Ceará e Piauí foi o acordo proposto em 1880. Os piauienses precisavam de um pedaço de mar para exportar algodão. Como um gesto de “boa vontade” com os vizinhos, o Ceará cedeu a localidade de Amarração, que fazia parte do município de Granja. Em troca, recebeu do Piauí a região de Príncipe Imperial. Hoje, essas áreas correspondem aos municípios de Parnaíba e Crateús, respectivamente. Mas o acordo político não foi bem costurado e acabou estendendo as indefinições acerca da divisa entre os Estados, criando a área de litígio que persiste até hoje.
Do ponto de vista histórico, o problema dificulta a existência dos habitantes dessas áreas e a criação de um sentimento regional deles com a a terra onde vivem, visto que há diferenças culturais entre o Ceará e o Piauí. “Você é ligado culturalmente a qual Estado? Como o Estado vai fazer políticas públicas para essas pessoas?”, são questões que envolvem os moradores dessas localidades em litígio.
Do ponto de vista histórico, o problema dificulta a existência dos habitantes dessas áreas e a criação de um sentimento regional deles com a a terra onde vivem, visto que há diferenças culturais entre o Ceará e o Piauí. “Você é ligado culturalmente a qual Estado? Como o Estado vai fazer políticas públicas para essas pessoas?”, são questões que envolvem os moradores dessas localidades em litígio.
Um comentário:
O Gov. W. Dias trocou terras do litora por um pedacinho de Crateús. Por isso é que a frase do Donizetti ficou célebre. "Morro e não vejo tudo"
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