A candidatura do deputado Ciro Nogueira (PP-PI) a presidente da Câmara assombra os caciques políticos do Congresso Nacional. Graças a colegas do chamado baixo clero — aqueles parlamentares que não brilham em plenário nem aparecem nos jornais, mas são a maioria —, Nogueira desafia os líderes de 14 partidos de todas as tendências que apoiam o deputado Michel Temer (PMDB-SP), dentre os quais estão o PMDB, o PT, o PSDB e o DEM, as maiores bancadas na Casa. “Seria muita arrogância afirmar que vou ganhar a eleição, mas meus números mostram que podemos chegar na frente de Temer no primeiro turno”, garante Nogueira nesta entrevista ao Correio.O líder do baixo clero aposta no segundo turno. Na tradição da Câmara, o voto secreto é utilizado para acordos pessoais e ajustes de conta, à revelia dos líderes. Nas eleições, o índice de traição é tão alto que até candidato único sofre com as abstenções. “Nós estamos trabalhando. Todo candidato acha que ganha a eleição, ninguém entra pensando em perder. Mas tenho certa experiência, nunca errei um resultado. Conheço os sentimentos dos colegas. O Temer acha que ganha no primeiro turno, mas a situação dele é igual à do Greenhalgh, que saiu na frente e teve a metade dos votos do Severino no segundo turno”, dispara. A razão do otimismo de Nogueira é a insatisfação do PT e de outros partidos da base governista com o PMDB, que reivindica o comando da Câmara e do Senado.Leia mais em: Entrevista com Ciro Nogueira: cardeais desafiados
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