“A política não é o local apropriado para quem quer enriquecer. Quem deseja ficar rico deve montar uma indústria ou mesmo um comércio. A política é o local apropriado para se servir aos semelhantes”. (Francisco das Chagas Caldas Rodrigues).
Francisco das Chagas Caldas Rodrigues, (Parnaíba, 8 de novembro de 1922 — Brasília, 7
de fevereiro de 2009) foi um advogado e político brasileiro.
Formado em Direito pela Universidade de São Paulo, foi eleito
governador do Piauí em 1958 e em 1969 teve seus
direitos políticos cassados pelo Regime Militar de 1964. Anos após o
término de sua punição foi eleito senador em 1986, afastando-se da vida
pública ao final de seu mandato.
Biografia:
Filho de Poncion de Queiroz Rodrigues e Ignésia de Caldas Rodrigues,
bacharelou-se em Direito pela Universidade de São Paulo e
era oficial da reserva do Exército Brasileiro (posto de 2º
tenente). Advogado, foi assessor jurídico do Ministério da Fazenda em 1947
e professor do Centro Universitário de Brasília após a cassação de
seus direitos políticos. Ainda no Distrito Federal foi assessor do
governo José Aparecido de Oliveira.
Governador:
Eleito deputado federal pela UDN em 1950 migrou
para o PTB sendo reeleito em 1954 e em 1958, todavia
um fato excepcional o impediu de assumir seu terceiro mandato na Câmara
dos Deputados: no dia 4 de setembro de 1958 um acidente
automobilístico num povoado próximo a Teresina vitimou Demerval
Lobão e Marcos Parente naquela que ficou conhecida como a
tragédia da Cruz do Cassaco. Os mortos eram, respectivamente, candidatos a
governador e a senador do Piauí nas vindouras eleições de 1958 que
em face do ocorrido tiveram que ser substituídos, nessa ordem, por Chagas
Rodrigues (PTB) e Joaquim Parente (UDN), este último irmão do
falecido Marcos Parente. Apesar da comoção e das adversidades típicas de
situações desse calibre ambos foram vitoriosos, sendo que graças a legislação
vigente à época o candidato Chagas Rodrigues foi eleito tanto para governador
quanto para deputado federal optando pela primeira condição, fato que
permitiu a efetivação do primeiro suplente Heitor de Albuquerque
Cavalcanti.
Cassação:
Atento ao calendário eleitoral renunciou ao governo do estado em 1962 e
empreendeu uma dupla candidatura sendo derrotado na eleição para senador e
eleito para o seu terceiro mandato de deputado federal chegando a
presidir a convenção nacional do PTB em 1965, contudo a
extinção dos partidos políticos determinada pelos militares o fez
ingressar no MDB, sendo reeleito em 1966 chegando ao posto de
primeiro vice-líder da bancada. Sua carreira política foi interrompida em 29
de abril de 1969 por força do AI-5 e seus direitos
políticos foram suspensos por dez anos, o que acabaria por deixar a oposição no
estado do Piauí sob o comando de próceres como Severo Eulálio e João
Mendes Olímpio de Melo, seu substituto na Câmara dos Deputados. Ante sua
"inatividade compulsória" lecionou no Centro Universitário de
Brasília. Decretada a anistia em agosto de 1979,
retornou à atividade política e ensaiou reestruturar o PTB, porém
ingressou no PMDB com vistas ao pleito de 1982.
Senador:
Em 1982 foi candidato a senador pelo Piauí e embora
tenha recebido quase 80 mil votos a mais que João Lobo (PDS) não foi
eleito em razão da legislação vigente, que considerava a soma do total de
candidatos de cada partido (sublegendas) e não apenas a votação individual dos
mesmos. Retornou
então ao Distrito Federal e prestou assessoria ao governo daquela
unidade federativa a partir de 1985 num esforço que resultou na
criação da Secretaria do Trabalho. Mais uma vez candidato a senador em 1986 foi
eleito e em 1988 foi um dos fundadores do PSDB e
disputou a reeleição em 1994 sem que se sagrasse vencedor.
Após política:
Desde o fim de seu mandato passou a residir em Brasília e
em 2007 foi o primeiro piauiense a receber uma indenização por conta das perseguições sofridas
durante o período do regime militar no Brasil conforme a Comissão de Direitos Humanos do
Ministério da Justiça. Com a saúde abalada em razão de um acidente vascular
cerebral e apresentando sintomas do Mal de Alzheimer, ficou viúvo em 12
de novembro de 2006 após o falecimento de sua esposa, D. Maria
do Carmo Correia de Caldas Rodrigues. Dr. Chagas Rodrigues faleceu em Brasília vítima
de falência múltipla dos órgãos, no dia 7 de fevereiro de 2009.
Jornal da Parnaíba
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