Mãe e filhas doam o cabelo para mulheres em
tratamento contra o câncer em Parnaíba
Edileusa Costa, 40 anos, graduanda em Serviço
Social, e suas filhas Juliana Sousa, 24 anos, psicóloga; e Ana Júlia, 21 anos,
graduanda do curso de Medicina e membro da LIONCO – Liga de Oncologia da UFDPAR
–, decidiram participar do projeto “Mechas de Alegria”, promovida pela Liga de
Oncologia, em parceria com a Clínica Dr. João Silva Filho, as quais, por meio
dos cabelos recebidos através de doações, confeccionam perucas e doam para
mulheres que perderam o cabelo durante o tratamento contra o câncer (CA), em
Parnaíba - PI.
De acordo com o INCA – Instituto Nacional de Câncer
–, no ano de 2020, o câncer que mais acometeu mulheres no Brasil, com exceção
do câncer de pele não melanoma, foi o de mama (29,7%), seguido pelo colorretal
(9,2%), colo uterino (7,5%), pulmão (5,6%) e tireoide (5,4%). Além disso, são
estimados 66.280 novos casos de câncer de mama por ano, de 2020 a 2022, isto é,
61,61 casos para cada 100 mulheres, sendo 625 mil casos de câncer em geral.
Entre as possíveis causas, estão o envelhecimento, o aumento populacional e dos
fatores de risco de câncer (INCA, 2020).
“Ser médica sempre foi o meu sonho, para poder
salvar vidas; e participar de projetos humanizados, como este. É muito
gratificante pra mim, assim como para outros colegas que também apoiam esta
causa, pois assim podemos ajudar as pessoas de outras maneiras também”, afirma
Ana Júlia. O tratamento de CA envolve procedimentos, como quimioterapia e a
radioterapia, os quais podem provocar uma série de efeitos colaterais, entre
eles a diminuição do apetite, diarreia, vômitos e a queda do cabelo, o que
afeta diretamente a qualidade de vida da pessoa enferma, bem como de seus
familiares.
“Eu perdi meu esposo e pai das minhas filhas
recentemente devido a um câncer de pulmão. Lutamos por cerca de sete anos
contra essa doença, e tivemos que ter muita persistência, pois foram tempos
difíceis. Por isso, se antes eu já me sensibilizava pelo sofrimento das pessoas
que lutam contra o câncer, hoje eu entendo muito mais a dor delas e me sinto
feliz em ajudar alguém, com este gesto”, explica Edileusa.
“É fato que todos os efeitos colaterais
provenientes da quimioterapia e da radioterapia afetam significativamente a
vida dos pacientes, mas, especialmente para as mulheres, a queda do cabelo
representa um fato muito marcante e doloroso, que afeta a sua autoimagem e a
sua autoestima. Por isso, faço um apelo a todos que puderem ajudar nesse
projeto, pois através dele podemos estar salvando alguém da depressão, podemos
estar levando esperança para as pessoas, e ajudando até mesmo em sua
recuperação”, pontua Juliana.
Referência: INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER.
Estatísticas de Câncer. Ministério da Saúde, 2021.
Por: Luzia Paula