70% das infecções relacionadas à assistência a saúde poderiam ser evitadas com a higienização correta das mãos, diz Campanha da Organização Mundial da Saúde (OMS) que reforça a importância da prática para o controle da contaminação.
Higienizar corretamente as mãos deveria ser uma
regra para evitar a proliferação e disseminação de bactérias e para
garantir a própria saúde. Apesar da prática estar inserida em nossa rotina, a
adesão infelizmente, ainda é pequena. Uma pesquisa realizada pela
Michigan State University, nos Estados Unidos, em 2013, revelou que apenas 5%
das pessoas higienizam as mãos corretamente. O estudo foi baseado na observação
de cerca de 4 mil pessoas ao usarem o banheiro. Em média, as pessoas lavam as
mãos por apenas 6 segundos, quando o tempo necessário para eliminar bactérias é
de 40 a 60 segundos.
Se pensarmos no ambiente hospitalar, a higienização
das mãos, é uma prática imprescindível. O elevado número de infecções
relacionadas à assistência à saúde (inclui as infecções adquiridas no hospital,
nos serviços ambulatoriais, na assistência domiciliar e instituição de longa
permanência), com consequente uso elevado de antibióticos (indevido e/ou
indiscriminado) conter as infecções contribuem para o surgimento de bactérias
super-resistentes. Esses micro-organismos despertaram uma nova preocupação no
mundo. Segundo um estudo encomendado pelo governo britânico e coordenado pelo
economista Jim O'Neal, estima-se que as bactérias resistentes a antibióticos
matarão pelo menos 10 milhões de pessoas por ano a partir de 2050, mais do que
o número atual de mortes provocadas por cânceres.
Em fevereiro deste ano, a OMS (Organização Mundial
da Saúde) divulgou uma lista com 12 famílias de bactérias consideradas
especialmente perigosas. Buscando conter esse avanço e mudar essa realidade o
Dia Mundial de Higienização das Mãos, comemorado todo dia 5 de maio e ancorado
pela OMS com apoio da Anvisa traz, esse ano, a campanha Salve Vidas: Higienize
suas Mãos, cujo tema é “A luta contra a resistência microbiana está em
suas mãos“.
Júlia Kawagoe, docente do Mestrado
Profissional em Enfermagem da Faculdade Albert Einstein e consultora técnico –
científica da B.Braun, explica que nos últimos anos a indústria
farmacêutica não lançou novos antibióticos, o que agrava ainda mais o problema.
"Os estudos e testes de novas drogas para essas bactérias
multirresistentes demandam tempo. Por isso, o uso indiscriminado de
antibióticos é muito perigoso. A forma mais eficaz e barata de se evitar a
ocorrência das infecções hospitalares e reduzir o uso de antibióticos é a
higienização correta das mãos antes e após os cuidados com o paciente“, afirma
a especialista.