quarta-feira, outubro 01, 2025

Presos na operação da Polícia Federal seriam diretamente ligados a Rafael Fonteles

Os empresários presos na Operação OMNI, deflagrada pela Polícia Federal em Teresina, nesta terça-feira (30/09), seriam diretamente ligados a Rafael Fonteles.

Postagem feita pela primeira dama já foi apagada, mas o jornalista Ribas salvou o print (Foto: Reprodução Instagram)
Uma foto divulgada pelo jornalista José Ribas, em seu perfil no Instagram, revela que existe uma linha de proximidade entre o governador Rafael Fonteles (PT) e um dos presos, o empresário Bruno Santos.

Na imagem, Rafael Fonteles e Bruno Santos aparecem muito bem a vontade, em família, em um post divulgado no perfil da primeira-dama Isabel Fonteles na cidade de , onde ambos estão aproveitando um banho ao lado dos filhos.

Além deste registro, Bruno foi um dos que integrou a grande comitiva que acompanhou Rafael Fonteles em uma de suas mais recentes viagens à China, com registros tendo sido divulgados pela própria assessoria do Governo do Estado do Piauí.

Bruno Santos em viagem para a China (Foto: Reprodução)
QUEM É BRUNO SANTOS

Bruno Santos Leal Campos é seu nome completo. Médico, ele é dono da empresa Big Data Health, além das clínicas Gastro Med e Instituto Vita de Medicina Integrada. Ele é ainda vice-presidente do LIDE Piauí (Grupo de Líderes Empresariais) e um dos dirigentes do Atlético Piauiense, time que é comumente atribuído como sendo do governador.

LIDE Piauí é um projeto incentivado pelo próprio Rafael Fonteles e atua em vários setores, como Agro, Indústria, Tecnologia e LIDE Saúde. O presidente deste “grupo de líderes” é Felipe Arraes. Foi ele quem foi preso no Alphaville, tendo apreendido carros, aparelhos de telefone celular e até mesmo dinheiro em espécie.

Seu envolvimento se dá no âmbito da Operação OMNI. Através de sua empresa, ele estaria envolvido nos esquemas de fraudes e superfaturamento dentro da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi). Está preso, com um mandado de prisão temporária, e deve prestar depoimento com intuito de contribuir com as investigações da PF, que seguirão pelos próximos dias.

Nemésio é empresário e sócio-administrador da mesma empresa Big Data Health (Foto: Reprodução Instagram)

QUEM É NEMÉSIO NETO

Nemesio Martins de Castro Neto é o nome completo da outra pessoa presa pela PF. Ele é empresário e sócio-administrador da mesma empresa Big Data Health, juntamente com Bruno. Também foi preso em um condomínio de luxo nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, com produtos apreendidos e dinheiro.

Também envolvido no âmbito da Operação OMNI, atuava no esquema criminoso, segundo a investigação, controlando negócios no setor de saúde e usando empresas de fachadas com supostos laranjas. De acordo com a PF, essas empresas faziam chamamentos públicos já direcionados, favorecendo sempre os mesmos grupos, enquanto recursos públicos eram canalizados para contas privadas.

Delegado da PF Murilo Matos em entrevista na sede da PF (Foto: Ricardo Morais / OitoMeia)
O QUE DIZ A PF

O OitoMeia questionou a Polícia Federal se, dentro das investigações, havia algo relacionado ao governador Rafael Fonteles ou a alguém do atual Governo do Estado. Segundo o delegado Murilo Matos, não serão repassadas à imprensa novos detalhes da operação, pois tudo agora corre em segredo de justiça. Ele informou que os dois homens foram presos por atuarem no esquema através de ocultação dos recursos desviados e reiteração criminosa.

As investigações apontaramm indícios de direcionamento e conluio em chamamento público da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (SESAPI) para contratação da Organização Social de Saúde (OSS) responsável pela gestão de hospitais estaduais, em especial do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba/PI. Além disso, superfaturamento, lavagem de dinheiro, conflito de interesses e falsidade ideológica em contratos milionários, incluindo o fornecimento de software de gestão em saúde, são alguns dos crimes investigados.

Dinheiro, carros e joias apreendidos pela PF (Foto: Divulgação / Ascom PF-PI)
A OPERAÇÃO OMNI

A Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 1 milhão em dinheiro vivo, além de notas em Dólar, carros de luxo como Porsche e Volvo, BMW e SW4, além de relógios Rolex e outros produtos em ouro maciço. A Controladoria-Geral da União estima que o prejuízo pode chegar a R$ 66 milhões. A ação foi um trabalho em conjunto da Polícia Federal,  Controladoria-Geral da União (CGU/PI) e o Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE/PI). Ao todo, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e 22 de busca e apreensão nas cidades de Teresina, Timon-MA, Araguaína-TO, Brasília-DF, Goiânia-GO, São Paulo-SP e Curitiba-PR.

Nem o governador Rafael Fonteles e nem o secretário estadual de Saúde Antonio Luís se pronunciaram publicamente sobre a operação até o fechamento desta matéria.Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde do Piauí (Sesapi) informou que “está à disposição dos órgãos competentes para prestar quaisquer informações ou esclarecimentos que se façam necessários. A secretaria reafirma que todas as suas ações são pautadas na transparência e na legalidade, seguindo rigorosamente os ritos legais e as normas estabelecidas pelos órgãos de controle.  A Sesapi reitera ainda o compromisso permanente com a boa aplicação dos recursos públicos, a eficiência administrativa e a prestação de serviços de saúde de qualidade à população piauiense”.

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Por: Guilherme Freire | oitomeia

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