Envenenamento em Parnaíba: defesa não vai contestar laudo de sanidade mental

A defesa de Francisco de Assis Pereira da Costa, réu acusado de envenenar dez pessoas na cidade de Parnaíba, esclareceu, nesta quarta-feira (03), que não irá recorrer do resultado da perícia que descartou a hipótese de insanidade mental do acusado. Na sexta-feira (5) acontece a audiência de instrução e julgamento.

Segundo o advogado Herbert Assunção, responsável pela defesa, o laudo foi solicitado devido a comportamentos atípicos apresentados por Francisco de Assis.

“No último dia 1º de setembro, foi juntado ao processo o laudo pericial, realizado no âmbito do incidente de insanidade mental do Francisco de Assis. O resultado não foi o esperado, mas a defesa também não irá recorrer. Temos um longo processo pela frente e, neste momento, a defesa não entrou com nenhum recurso que possa interferir no andamento do caso. No próximo dia 05, ele deve passar por audiência de instrução e julgamento”, declarou.

Ainda segundo Assunção, este é o momento ideal para a defesa reunir, rebater e contestar as provas apresentadas pela acusação.

“Esse é o momento para contestarmos todos os elementos de prova apresentados pela acusação, que foram produzidos de forma unilateral durante a fase de investigação. É a etapa em que ouviremos as testemunhas de acusação e defesa”, acrescentou.

Após a audiência de instrução e julgamento, a defesa pretende consolidar a tese a ser apresentada na fase de alegações finais do caso.

O crime

O processo investiga o envenenamento de dez pessoas, que resultou em oito mortes na cidade de Parnaíba. Sete das vítimas fatais pertenciam à mesma família, e uma era vizinha. Outras duas pessoas sobreviveram, o que gerou também acusações por tentativa de homicídio.

Os réus no processo são:

• Maria dos Aflitos da Silva, que responde por homicídio qualificado e tentativa de homicídio. Ela é mãe e avó de oito das vítimas e está presa em Teresina.
• Francisco de Assis Pereira da Costa, que teve descartada a hipótese de insanidade mental.

Quem são as vítimas:

• 22 de agosto de 2024

Ulisses Gabriel (8 anos) e João Miguel da Silva (7 anos), netos de Maria dos Aflitos, foram mortos. Na época, a vizinha Lucélia Maria chegou a ser presa como suspeita, mas as investigações concluíram que o crime foi articulado por Francisco de Assis e Maria dos Aflitos.

1º de janeiro de 2025: Veneno foi colocado no arroz servido no almoço da família. Morreram:

• Manoel Leandro (18 anos), filho de Maria dos Aflitos;
• Maria Lauane (3 anos), Maria Gabriele (4 anos) e Igno Davi (1 ano), netos da acusada;
• Francisca Maria Silva (32 anos), filha da ré e mãe das cinco crianças.

22 de janeiro de 2025

Maria Jocilene da Silva (41 anos), ex-nora de Maria dos Aflitos, morreu após ser envenenada. Segundo a polícia, ela mantinha um relacionamento amoroso com a acusada.

Além das vítimas fatais, o casal também é acusado pela tentativa de homicídio contra:

• Maria Jocilene da Silva, que sobreviveu ao envenenamento no dia 1º de janeiro;
• Lívia Maria Leandra Silva (17 anos) e
• Jhonatan Nalbert Pereira da Silva (7 anos), filhos de Maria Jocilene.

Fonte: Cidade verde