Maria dos Aflitos confessou participação no envenenamento dos netos em Parnaíba, no Piauí.
A audiência de instrução e julgamento do caso da morte por
envenenamento dos irmãos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da
Silva, de 7 anos, em 2024 aconteceu nesta segunda-feira (17 de março de 2025)
em Parnaíba-PI. O processo em questão é o que aponta Lucélia Maria da
Conceição, de 53 anos, como autora das mortes. Ela passou cinco meses presa
indevidamente sob a acusação de ter envenenado as crianças com cajus. Após outras
cinco mortes na família, a polícia concluiu que ela não foi responsável pelos
envenenamentos.
Durante a audiência, foram ouvidas testemunhas, dentre as quais, uma
das acusadas no caso, a própria avó das crianças, Maria dos Aflitos Silva.
Durante o depoimento, ela confessou a participação nos envenenamentos dos
netos juntamente com o seu marido, Francisco de Assis Pereira da Costa.
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Ulisses e Gabriel morreram após terem sido envenenados |
"Com as provas produzidas agora não tem outra via a não ser a
declaração de inocência. Agora tem uma formalidade processual, o promotor
poderia ter se pronunciado, mas preferiu o prazo para fazer o arrastado em
forma de memória. Agora, deve fazer um documento, lançar nos autos, e só depois
vai compor para a decisão judicial", explicou.
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Francisco de Assis Pereira da Costa, marido de Maria dos Aflitos, foi apontado como autor intelectual dos crimes |
As investigações apontaram que as crianças teriam sido mortas após Francisco de Assis ter colocado a substância terbufós em um suco e dado às crianças. O inquérito também apontou que Francisco de Assis teria criado a versão de que os meninos passaram mal após comerem cajus e teria apontado Lucélia como a autora dos envenenamentos.
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Lucélia Maria teve a casa destruída por vizinhos após a falsa acusação de ter dado cajus envenenados às crianças |
O caso
Lucélia foi presa em flagrante no dia 23 de agosto de 2024, após a
internação das crianças. Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, morreu ainda em
agosto e João Miguel da Silva, de 7 anos, morreu em novembro. A suspeita era de
que ela havia oferecido cajus envenenados para os irmãos. No entanto, um laudo
do Instituto de Criminalística descartou a presença de veneno nos frutos, o que
levou a Justiça a rever o caso após cinco meses - a revisão só aconteceu após
outras cinco pessoas da mesma família também morrerem intoxicadas com a mesma
substância.
A acusação contra Lucélia se baseava em exames realizados nos corpos dos meninos, que apontaram a presença de terbufós — uma substância altamente tóxica utilizada como pesticida.
No entanto, o exame dos cajus, peça-chave para a acusação, só foi
realizado meses depois da prisão da mulher. O laudo pericial revelou que os
frutos não estavam contaminados, o que desmontou a tese inicial de que ela
teria usado esse meio para envenenar as crianças. Diante dessa nova prova, o
Ministério Público solicitou a revogação da prisão, e a juíza Maria do Perpétuo
Socorro Ivani Vasconcelos, da 1ª Vara Criminal de Parnaíba, determinou sua
soltura no dia 13 de janeiro de 2025.
A defesa da mulher aguarda o parecer oficial da promotoria e da juíza
para os próximos encaminhamentos do processo.
Fonte: Portal Cidade Verde
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