Polícia descartou a participação de um casal que havia doado peixes para a família, mas agora busca identificar quem colocou a substância no arroz.
Mária de Fátima, irmã de Francisca, afirmou que preparou o arroz TV ANTENA 10 |
No dia do ocorrido, 1º de janeiro, a mulher afirmou que o arroz havia sido preparado para o jantar da virada de ano, e todos comeram normalmente. Ela disse que contou com o auxílio da irmã, e que estavam suspeitando das manjubas recebidas pela família. Ela foi enfática ao dizer que a contaminação não seria no prato que ela havia preparado, mas, sim, no alimento doado. Ela também disse que não consumiu o arroz.
Alimento apreendido pela polícia na casa | Reprodução |
Com a constatação, a Polícia Civil descartou de suspeita o casal que fez a doação das manjubas e agora busca identificar quem inseriu a substância no arroz. Não é ignorada a possível participação de algum membro da família, considerando que o veneno teria sido adicionado durante a preparação do almoço.
Os laudos confirmaram a presença da substância Terbufos no arroz consumido pela família. De acordo com as autoridades, essa substância é extremamente tóxica e amplamente utilizada na formulação de pesticidas e agrotóxicos.
"Os laudos constataram a presença da substância terbufós, considerada venenosa, que causa um dano, que pode chegar a morte. Encontramos apenas no arroz, não tinha nada no peixe, segundo o laudo do instituto de criminalista. A partir dos laudos do IML, a gente alinha o entendimento de que houve homicídio, então temos até o momento, um duplo homicídio e sete tentativas", afirmou o delegado em entrevista à TV Antena 10, na manhã desta segunda-feira (06).
Segundo o delegado, a substância trata-se de um agrotóxico, e o uso é permitido apenas na agricultura. "É vendido de forma livre, mas não se usa em residências. É um desvio do uso que acaba levando uma substância perigosa para dentro de casa. Algumas pessoas usam como veneno de rato", destacou.
Durante essa semana, a polícia vai ouvir mais pessoas para aprofundar
as investigações e identificar a autoria do crime. "Vamos ouvir todas as
pessoas que estavam dentro do imóvel no momento da preparação [ do almoço] , e
esclarecer se entrou algum estranho na casa nesse período. Depois disso, vamos
trabalhar em cima da autoria", destacou.
Sobre as vítimas
O caso foi registrado na quarta-feira (01), no conjunto Dom Rufino
II, em Parnaíba, litoral do Piauí. Três pessoas da família faleceram; foram
elas Manoel Leandro da Silva, de 18 anos e o pequeno Davi Ígno
Fontenelle Pereira Silva, de apenas 1 ano e 8 meses, e Lauane, a criança
de 3 anos. Outras vítimas foram internadas com os mesmos sintomas.
As vítimas são parentes dos irmãos que, em agosto de 2024, foram
envenenados após consumirem cajus. Francisca Maria da Silva, de 32 anos,
mãe dos meninos Ulisses Gabriel e João Miguel, encontra-se em estado
gravíssimo.
Por: Renayra de Sá e Verônica Costa | Fonte: Portal A10+
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