Um jovem de 17 anos e um bebê de um ano morreram em Parnaíba, litoral do Piauí, e sete pessoas da mesma família foram internadas, suspeita de envenenamento.
Nove pessoas de uma mesma família passaram mal e foram hospitalizados
na quarta-feira (1º). Duas morreram, quatro receberam alta hospitalar e outras
três seguem internadas em estado grave.
Manoel Leandro da Silva, 17, morreu ainda na quarta-feira. Segundo
informações do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ele foi
socorrido, mas faleceu ainda na ambulância.
Francisca Maria e suas duas filhas, de quatro e três anos, continuam
internadas após ingerirem alimentos envenenados. As crianças foram transferidas
de Parnaíba para um hospital em Teresina. A avó das meninas, Maria dos Aflitos
da Silva, que decidiu por não almoçar, testemunhou cenas desesperadoras em
volta da mesa.
“Terminaram de comer e meu menino já começou a passar mal, e aí foi um
atrás do outro, não sabia o que fazia. Se acudia um ou se acudia o
outro”, relatou.
A família comeu peixes doados na noite de terça-feira (31). Segundo o
delegado Abimael Silva, à frente da investigação. De acordo com ele, os
sintomas dos familiares foram os mesmos: frequência cardíaca abaixo do normal e
sudorese intensa.
A polícia descartou a possibilidade de a intoxicação ter sido provocada
pelos peixes. O laudo produzido pela Polícia Científica do Piauí. Um exame
apontou a presença no organismo das vítimas de terbufós, uma substância
altamente tóxica, que é usada em pesticidas e agrotóxicos.
Esse produto químico aparece na composição do chumbinho, usado
normalmente contra ratos, e proibido no Brasil. E que já foi responsável por
outra tragédia na mesma família. Em agosto de 2023, dois meninos de 8 e 7
anos, filhos de Francisca Maria, morreram após comerem cajus
envenenados. Segundo a polícia, Lucélia Maria Gonçalves, uma vizinha
irritada com os meninos que costumavam invadir o quintal da casa dela para
roubar frutas, seria a autora do crime.
No caso atual, os peritos encontraram amostras de terbufós no arroz consumido no almoço. A princípio, a polícia não acredita que haja conexão com o caso do caju. E agora tenta desvendar o mistério sobre a contaminação com o veneno.
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