A Justiça do Piauí deu 10 dias para o Instituto Criminalística responder vários questionamentos, entre o principal se a demora na perícia dos cajus prejudicou a conclusão do laudo sobre o envenenamento dos irmãos em Parnaíba.
O Cidadeverde.com entrou em
contato com a assessoria do Instituto de Criminalista do Piauí e aguarda
posicionamento do órgão. O espaço está aberto para esclarecimentos.
O pedido foi do promotor de
Justiça, Silas Sereno Lopes, que acompanha o caso do envenenamento dos irmãos
Ulisses Gabriel da Silva, 8, e João Miguel da Silva, 7, que ocorreu em
Parnaíba, em agosto do ano passado. O laudo nos cajus saiu na última quinta-feira
(9).
Com o resultado do laudo
definitivo que apontou que os garotos não foram envenenados com os cajus, o
Ministério Público Estadual conseguiu a soltura da vizinha – Lucélia Maria da
Conceição Silva, 53 anos – que foi presa em agosto do ano passado suspeita de
envenenar os meninos com a fruta.
Diante da negativa do laudo, o
promotor solicitou novas diligências e fez os seguintes questionamentos no
processo para ser respondido pelo Instituto Criminalística.
Veja alguns questionamentos:
O transcurso do lapso temporal
entre a coleta do vestígio e a realização da perícia tem capacidade de
acarretar prejuízo na conclusão do laudo pericial, pela deterioração dos
vestígios?
Qual a forma de armazenamento dos
vestígios?
Existem fotografias do momento da
arrecadação dos vestígios, ou seja, da sacola contendo os cajus consumidos
pelas crianças?
Qual foi a data da perícia
referente à demanda nº 00085722-89 (cajus encontrados no lixo)?
Qual foi a data da perícia
referente à demanda nº 00085722-89 (cajus descartados pelas vítimas)?
De acordo com um documento obtido
pela TV Cidade Verde, foram apreendidas amostras de cajus em duas ocasiões
distintas: na residência da investigada e entre os cajus descartados pelas
vítimas após o consumo. No entanto, o MPPI afirma ter identificado inconsistências
na cadeia cronológica dos vestígios analisados.
“O caju é perecível e há um lapso
temporal até o resultado do laudo e é preciso esclarecer se o tempo pode sumir
vestígios nesses casos”, disse o promotor.
O primeiro laudo que saiu ano
passado revelou que nos corpos dos meninos tinham a presença de terbufós,
pesticida usado em plantas e é uma substância do “chumbinho”.
O inquérito da morte dos irmãos
foi reaberto e está sendo investigado pela Delegacia de Homicídio.
Entenda mais
Lucélia Maria, acusada de envenenar os cajus e entregá-los às crianças, foi liberada da Penitenciária Feminina de Teresina nesta segunda-feira (13), após decisão judicial. O Instituto de
Criminalística descartou a
presença de veneno nos frutos que teriam provocado a morte dos irmãos.
Por outro lado, os exames de
necrópsia confirmaram a presença de uma substância semelhante ao
"chumbinho" no estômago das crianças. De acordo com a polícia,
inspeções realizadas na residência de Lucélia identificaram vestígios de
veneno. Entretanto, o laudo pericial sobre os cajus foi concluído apenas cinco
meses após a prisão da suspeita, constatando que os frutos não estavam
contaminados.
Por Yala Sena e Rebeca Lima / Cidade
Verde
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