Secretário de Segurança Pública afirmou que erro se deu por "induzimento' de um dos acusados do crime, o padrasto Francisco de Assis.
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Secretário
de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) Chico Lucas critica soltura de envolvidos em chacina: “Se estivessem presos, não teriam matado” - |
A prisão de Lucélia por mais de cinco meses foi um erro, admitiu Chico
Lucas. Porém, o secretário afirmou que os investigadores foram "conduzidos
ao erro".
"O erro na apuração não foi um erro causado por inércia dos operadores do direito mas porque foram induzidos (ao erro). E eu determinei que só se falasse (sobre o caso) quando concluíssem as investigações." Chico Lucas | Secretário de Segurança
“O Francisco era padrasto e ‘vôdrasto’ e duas crianças e você diz para a polícia que foi uma pessoa que deu um caso. A avó, o vôdrasto e a mãe. E esses depoimentos, não são relevantes? E você faz uma busca e apreensão na casa e tinha um veneno na casa dela. Esse induzimento (ao erro) foi provocado inclusive por um dos acusados. Eles colocam a Lucélia como suspeita. E depois de uma busca e apreensão é encontrado o veneno, complementou o secretário de Segurança Pública (SSP-PI). Chico Lucas ainda disse:
"Houve uma falha. Mas só quem não falha é Deus, né" Chico Lucas | secretário de Segurança Pública (SSP-PI)
A falta de um laboratório exclusivo para investigações de casos de envenenamento também foi apontada pelo secretário como um dos fatores que contribuíram para a demora na soltura de Lucélia e a prisão de Francisco de Assis. “O Piauí não tinha laboratório de Toxicologia e todo envenenamento ficava sem uma prova técnica, a não ser quando a gente ia para outro estado. Inclusive, em 2023 houve o caso de uma menina de 5 anos que morreu envenenada em Floriano. Ficamos pedindo para o Maranhão e outros estados para fazer o exame. E então falei: vamos desenvolver um laboratório. Só que um laboratório precisa criar seus protocolos”, disse.
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Lucélia Maria da Conceição Silva foi solta após passar cinco meses na Penitenciária Feminina |
Francisco de Assis se tornou o principal suspeito de envenenar a família. Segundo a polícia, ele teria posto terbufós (pesticida) no arroz que seus familiares comeram no almoço do dia 01 de janeiro. O veneno é o mesmo encontrado no corpo de João Miguel e Ulisses, que foram envenenados em agosto do ano passado após terem comido cajus dados por uma vizinha.
Francisco de Assis nega as acusações. Com ele, a polícia encontrou
um baú onde ele costumava guardar seus pertences e até alimentos para consumo
pessoal. No mesmo baú haviam revistas com conteúdo nazista que foram
apreendidas. Francisco está preso temporariamente e a polícia tem 30 dias para
concluir o inquérito.
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Francisco de Assis Pereira foi preso por suspeita de envenenar sua família em Parnaíba |
Ao todo, cinco pessoas da mesma família morreram após ingerirem almoço envenenado. As vítimas tratam-se de Maria Gabriele, de 4 anos. Além dela, Igno Davi Silva, Lauane Fontenele, a mãe, Francisca Maria, e o tio, Manoel Leandro. Os outros dois irmãos de Maria Gabriela, João Miguel e Ulisses, morreram em agosto e novembro do ano passado, respectivamente, também por envenenamento.
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Comida envenenada matou cinco pessoas em Parnaíba |
Ela estava na casa fazendo uma visita à matriarca da família, vítima do crime ocorrido no começo deste ano. Após sua internação, chegou-se a circular a informação de que ela teria tido sintomas parecidos com os de envenenamento, porém as causas do problema ainda estão sendo investigadas. De acordo com nota divulgada pelo hospital, a causa do falecimento será divulgada somente após a conclusão da investigação.
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Mulher que passou mal dentro da casa de família envenenada morre em Parnaíba |
“Nós solicitamos a revogação da prisão temporária há alguns dias. Estávamos apenas aguardando a conclusão dos exames periciais. Acreditamos na inocência de Francisco de Assis, que está preso injustamente, assim como Dona Lucélia”, declarou a defesa.
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