segunda-feira, outubro 09, 2023

Justiça decreta que suspeito de agredir homem e cometer homofobia em Parnaíba mantenha distância de vítimas

Com a medida protetiva, o suspeito deve permanecer a pelo menos 300 metros de distância do casal, e não pode fazer contato por nenhum meio de comunicação com eles ou com seus familiares.

A Justiça decretou uma medida protetiva contra o homem suspeito de lesão corporal grave e de cometer crime de injúria homofóbica contra uma casal em um bar na cidade de Parnaíba, para que ele mantenha distância das vítimas. A decisão foi assinada na quinta-feira (5).

O rapaz, que confessou as agressões à Polícia, mas negou a motivação homofóbica, deve permanecer a pelo menos 300 metros de distância do casal, e não pode fazer contato por nenhum meio de comunicação com eles ou com seus familiares.

O caso aconteceu na noite de 29 de setembro. Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que o rapaz é agredido com um soco no rosto na calçada de um bar (assista acima). A vítima e o namorado registraram um boletim de ocorrência pelos crimes de injúria homofobia e lesão corporal.

O vídeo mostra o momento em que o rapaz sai do estabelecimento para fumar e é agredido pelo estudante. Em seguida, os seguranças do local intervêm na briga e imobilizam o agressor.

Agressões físicas, verbais e atos obscenos

Estudante de medicina é investigado após agredir casal gay e simular masturbação em bar — Foto: Divulgação

O delegado Ayslan Magalhães, que investiga o caso, informou que o casal estava confraternizando no bar quando houve um desentendimento com o estudante. O motivo inicial da discussão seria homofobia.

"Uma das vítimas e testemunhas contaram que o estudante de medicina praticou atos obscenos diante do casal, simulando se masturbar e falando termos pejorativos contra o casal", informou.

Leia Também: Estudante de medicina é acusado de agressão e homofobia

Após os xingamentos contra o casal, o estudante de medicina foi até a área externa do bar e agrediu fisicamente contra uma das vítimas, que sofreu uma fratura e estiramento de tendão no braço. Ele terá que se ausentar do trabalho por mais de 30 dias.

Ainda segundo Ayslan, o estudante investigado registrou um boletim de ocorrência contra o casal, afirmando que ele teria sido agredido.

"Ele registrou o B.O. querendo imputar a lesão à vítima, mas foram analisadas as imagens e nesse momento não existe a hipótese de que uma das vítimas tenha praticado qualquer tipo de violência contra esse agressor", disse o delegado Ayslan.

O estudante prestou depoimento e confessou que cometeu a agressão, mas negou as ofensas homofóbicas. Mas segundo o delegado, testemunhas confirmaram as agressões verbais.

As vítimas pediram ainda que fossem decretadas medidas protetivas, para obrigar o suspeito a manter distância dos dois. O delegado vai protocolar o pedido à Justiça ainda nessa quarta-feira (4).

O estudante e uma das vítimas são alunos da mesma faculdade. A instituição divulgou uma nota em que repudia a atitude.

O crime de injúria homofóbica tem pena de reclusão de 2 a 5 anos. O Supremo Tribunal Federal reconheceu que atos ofensivos praticados contra pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ podem ser enquadrados como injúria racial, portanto, crime inafiançável e imprescritível.

Por g1 PI

Nenhum comentário: