Criada há dois anos, a Rede de Agentes de Roteiros Turísticos do Sebrae já apresenta resultados em vários estados brasileiros.
Germana Magalhães, analista de Competitividade do Sebrae. Crédito: André Ciryaco.
“Cada estado tem autonomia
para, a partir da nossa metodologia, encontrar a vocação do local e trabalhá-la
até que possa ser transformada em um produto de qualidade”, contou Germana
Magalhães, analista de Competitividade do Sebrae. Ela enumera que tal vocação
pode estar na gastronomia, na história, nas atrações de aventura, nos aspectos
culturais ou qualquer outro dos vários caminhos possíveis.
Um exemplo dessas
redescobertas de vocações aconteceu no Rio de Janeiro. De acordo com Marisa
Cardoso, coordenadora de Turismo do Sebrae RJ, a intenção local foi desenvolver
novos destinos e fortalecer os já existentes, sugerindo produtos menos
“óbvios”. “Em Búzios, cidade famosa por suas praias e gastronomia, criamos
‘Búzios e suas raízes’, em que priorizamos a cultura quilombola, que nunca
tinha sido trabalhada. Agora ela está formatada”, comentou, dando outros exemplos,
como a própria capital, que tem um trajeto turístico específico para falar
sobre a herança africana da cidade. Ou a rota para a bucólica ilha de Paquetá,
bairro carioca no meio da Baía de Guanabara, mas que também pertence ao Parque
Nacional da Tijuca.
"No estado, o projeto começou com 11 municípios em 2022 e mais 11 outros entraram neste ano de 2023. “Na pandemia, as pessoas conheceram um Rio que não conheciam antes. Percebemos o potencial disso para incentivar o conhecimento de um turismo incomum."
Marisa Cardoso, coordenadora de Turismo do Sebrae RJ.
Ela aproveitou a deixa para brincar sobre a rota de Quissamã, no Norte Fluminense, que tem um projeto que apresenta a natureza exuberante e a herança cultural da cidade: “Conhecemos coisas que nem o quissamaense conhecia”, acrescentou.
Mas nem só de invenções de
novos roteiros para antigos territórios vive o projeto. Há também iniciativas
em que o Sebrae ajudou a formalizar um caminho que já existia, mas sem uma
estrutura desenvolvida. É o caso da Rota das Emoções, que reúne Jericoacara
(CE), o Delta do Parnaíba (PI) e os Lençóis maranhenses. A rota foi batizada
dessa forma porque, dependendo da localidade, só se chega de veículos com
tração nas quatro rodas.
Ele lembrou ainda da
organização da governança, com iniciativa privada e governo trabalhando juntos
no desenvolvimento do turismo. “É uma rota comercializada no mundo inteiro. Demora
sete dias ao todo para percorrê-la por completo, mas estamos tentando agregar
outras cidades, porque alguns municípios podem não ter hospedagem, mas têm
muitas coisas para fazer.”
Empresário do Delta do Parnaíba e presidente da primeira Instância de Governança (IGR) da Rota das Emoções, Joaquim Vidal, ou apenas Joca, como ele é mais conhecido, contou que o destino nasceu naturalmente, mas se chamava Cepimo, tentando formar uma palavra com as letras iniciais dos três estados que a compõe. “Quando o Sebrae abraçou o projeto, deu o nome atual. Ficou bem melhor”, assegurou Joca, que também mencionou o incentivo do Sebrae no aspecto da governança e no incentivo para as feiras de turismo. “Com o Sebrae, a rota foi institucionalizada.”
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