Ao Correio, o presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Mirócles Veras, afirmou que são "mais de 20 anos sem reajuste de nenhum dos contratos"
Santas Casas receberam homenagem na manhã desta terça-feira (15/8) na Câmara dos Deputados - (Santa Casa de Misericórdia de Parnaíba (Foto: Helder Fontenele))No Dia Nacional das Santas Casas de Misericórdia, celebrado nesta
terça-feira (15/8), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que prevê reajuste
anual dos valores repassados pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) a essas instituições. Os hospitais filantrópicos são
responsáveis pela maior parte das internações, atendimentos de média
complexidade, tratamento oncológico, cardíaco, entre outros.
O presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia,
Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Mirócles Veras, afirmou, em
entrevista ao Correio, que são “mais de 20 anos sem reajuste de nenhum dos
contratos”. Segundo ele, atualmente o SUS paga apenas 60% do valor total de um
procedimento. Dessa maneira, se acumula uma dívida das entidades com bancos de
R$ 10 bilhões. “Não existe contrato fico sem reajuste, a inflação anual é
existente e na saúde é maior ainda”, completou.
Presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Mirócles Veras
Nísia também destacou alguns dados sobre a parceria entre o setor e o
SUS. 61% das internações de alta complexidade e 40% das internações de média
complexidade são realizadas nas instituições. O presidente da CMB também
afirmou que, em 832 municípios brasileiros, as Santas Casas e hospitais filantrópicos
continuam sendo o único equipamento de saúde para atender a toda população.
O Projeto de Lei 1435/22, do deputado Antonio Brito (PSD-BA), determina
que em dezembro de cada ano seja revisto o valor de repasse às entidades que
fazem atendimentos pelo SUS. Além disso, os valores da tabela do SUS também
deverão ser suficientes para o “pagamento dos custos, a garantia da qualidade
do atendimento e a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos
hospitais”, afirma texto.
Atualmente, a Lei 8.080/90 regula os serviços de saúde e prevê que a
direção nacional do SUS, com aprovação do Conselho Nacional de Saúde, deve
estabelecer os critérios e valores para a remuneração. O documento até comenta
sobre reajuste, mas não determina período, apenas afirma que o valor deve
garantir a “efetiva qualidade de execução dos serviços contratados”. Se o novo
PL for aprovado no Senado Federal, ele começa a valer no próximo ano.
Por fim, de acordo com o presidente da CMB, também está sendo discutido
com o ministro da Casa Civil, Fernando Haddad, a possibilidade de criar linha
de crédito subsidiária para as Santas Casas. Assim, as dívidas em bancos
privados seriam levadas para o âmbito de crédito, onde os juros da dívida não
são tão altos, e poderiam ser mais facilmente quitadas.
Por: Mayara Souto
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