Guilherme disse que foi para a Turquia para ter uma experiência de ensino internacional para melhorar o seu trabalho como professor
O professor piauiense Guilherme
Aynerson, de 22 anos, que estava na Turquia quando aconteceu o terremoto que
matou quase 40 mil pessoas, já está em Parnaíba, e na manhã desta quarta-feira
(15), concedeu entrevista ao Bom Dia Meio Norte, contando como foi o dia do
terremoto e sua chegada em Parnaíba.
Guilherme disse que foi para a
Turquia para ter uma experiência de ensino internacional para melhorar o seu
trabalho como professor e também para aprimorar o seu inglês.
“Eu fui para lá para ter uma
experiência de ensino internacional, ver como as coisas funcionam fora do Brasil,
para, inclusive, melhorar o nosso trabalho aqui, o meu trabalho como professor
e também para melhorar o meu inglês, porque aqui a gente não recebe tanto
turista de fora, então eu queria praticar, viver e me virar no inglês para
depois poder utilizar de forma mais eficiente”, disse.
O professor também contou que no
momento do terremoto foi desesperador, não saber o que fazer, não saber para
onde ir e não entender o que estava acontecendo.
“É desesperador porque você não
entende o que está acontecendo. Eu nunca tinha passado por isso. É uma sensação
estranha, o solo todo se tremendo e você não ter estabilidade de nada, você não
sabe se corre, se esconde, se fica onde está, então, é muito desespero. Foram
dois terremotos, um às 4 da manhã e outro às 13h da tarde. No segundo, que eu
já sabia o que estava acontecendo, o desespero foi maior”, informou.
Sobre a volta para casa, ele
disse que entrou em contato com a embaixada brasileira na Turquia e que
retornou em um voo da FAB.
“Eu entrei em contato com a
embaixada e eles falaram que não tinha nenhum plano ainda para retirada dos
brasileiros, mas dois dias depois disseram que a FAB ia voltar com brasileiros,
para tirar da zona de risco, aí me ofereceram, e no primeiro momento eu neguei,
porque eu queria ficar lá para ajudar as pessoas e três horas antes de pegar o
voo eu estava muito indeciso, mas acabou que decidi voltar e quando chegamos no
Brasil, o Itamarati deu as passagens para as cidades, eu fui para Teresina e de
lá peguei um ônibus para Parnaíba”.
Guilherme disse que pensa agora
em recarregar as energias e agradeceu por estar vivo e poder recomeçar. Ele
também lamentou o ocorrido, pelas pessoas que ficaram lá, e pediu para que
ninguém esqueça o que ocorreu lá.
“Eu não contei para ninguém, até
porque minha avó estava muito preocupada e aí eu fiz isso, eu fui chegando,
visitei a casa da minha prima, depois fui à casa da minha avó. E é bom estar de
volta, dá para recarregar as energias e agradecer pela oportunidade de estar
vivo e poder recomeçar, então eu me sinto mais pronto, para colocar minha
cabeça no lugar e pensando no que posse fazer, e lamentando e sofrendo pelas
pessoas que ficaram lá e não esquecer o que aconteceu lá, porque não passou e
não vai passar tão cedo”, finalizou.
Fonte: Meio Norte
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