Em uma região muito fecunda e bonançosa – conta uma lenda indígena – habitava uma tribo feliz e próspera, em tempos em que a memória não guardou.
Um dia, uma seca terrível assolou o País lendário. Luas e luas e
os habitantes aguardaram as chuvas. Mas o flagelo persistiu. E a
tribo, outrora feliz, viu seus filhos morrerem um após outro. Uma família
apenas sobreviveu à catástrofe: um casal e um filho. E, ante a ruína do
seu povo, os três partiram em busca de outras terras.
Seis dias e seis noites viajaram os retirantes. No sétimo dia,
sob um sol escaldante, avistaram na chapada uma palmeira perdida no
deserto. Abrigaram-se à sua sombra para uns momentos de repouso.
Vencidos pelo cansaço, os pais adormeceram, enquanto o jovem índio, desperto,
implorou as graças de Tupã.
― Meu nome é Carnaúba, disse ela. Como a tua, a minha tribo foi
destruída pela seca. Quando morri, Tupã, apiedado, transformou-me
nesta palmeira, para que protegesse nossos irmãos de raça. Toma de
teu machado e me corta! Do meu estipe tirarás o palmito, e terá alimento. Com
minha palha, construirás teu abrigo; da minha cera farás velas e terá
paz. O meu fruto plantará e outras palmeiras surgirão para o teu povo.
Assim fez o jovem índio. Em alguns anos, o deserto transmudou num
palmeiral farfalhante. A família transformou-se em "Clã".
A vida voltou a ser feliz. E o jovem índio, agora envelhecido, partiu
para levar, às outras tribos, sementes da palmeira de Tupã, que passou a
chamar-se a "ÁRVORE DA VIDA".
Por: Opinião Parnaíba
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