terça-feira, maio 03, 2022

ICMBio e UFDPar monitoram presença de peixes-leão no Litoral do Piauí; estudo conta com apoio de pescadores

A presença do peixe-leão representa um risco para as espécies nativas. Além disso, os animais podem causar ferimentos aos humanos por causa dos espinhos.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar) estão monitoramento a presença de peixes-leão no Litoral do Piauí. Dois animais foram capturados em março na Praia de Barra Grande, em Cajueiro da Praia, mas apenas um deles foi entregue para os pesquisadores.

Para a professora Edna Cunha, coordenadora da pesquisa pela UFDPar, a presença do peixe-leão representa uma grande ameaça para a vida marinha e representa riscos à nossa saúde. A espécie venenosa não é natural do Brasil, mas há ocorrências de aparição na costa do Pará, Fernando de Noronha (PE), e no Ceará, o que tem deixado especialistas em alerta.

“Normalmente a introdução dessa espécie se deve ao descarte pelos aquaristas. A gente não tem como precisar essa introdução, a ocorrência no Piauí . É importante pesquisas de monitoramento e ações direcionadas para diminuir esses animais”, explicou.

ICMBio e UFDPAR disponibilizam canais para comunicar presença do peixe-leão no Piauí — Foto: Divulgação
Para acompanhar o surgimento dos animais no país, o Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará, com apoio da UFDPar, desenvolveu o aplicativo “Monitoramento Participativo do Peixe-Leão”, que está disponível para IOS e Android. O ICMBio e a UFDPar também disponibilizaram canais para comunicar a presença do peixe-leão no litoral piauiense.

A orientação é que em casos de captura dos animais, pescadores e mergulhadores devem entrar em contato com autoridades e não devolvê-los ao mar. Geralmente, os peixes da espécie não ficam em terrenos arenosos, como a areia da praia, pois preferem superfícies duras e rochosas, como os corais.

Desde janeiro de 2022, o peixe-leão tem aparecido em praias brasileiras. Os primeiros casos foram detectados por pesquisadores do arquipélago de Fernando de Noronha, no Pernambuco. Em abril, outros peixes-leão foram encontrados no mar do Ceará.

Peixe-leão no Piauí
O primeiro peixe-leão capturado no Piauí trata-se de uma fêmea adulta. Através dela, a professora Edna Cunha identificou qual das duas espécies do animal está presente no Piauí.

O segundo peixe-leão, desta vez filhote, foi encontrado por um mergulhador também na Praia de Barra Grande, em Cajueiro da Praia. No entanto, o animal não foi entregue para o ICMbio ou UFDPAR, como orienta os pesquisadores.

Ao g1, o ICMBio revelou que outros cinco peixes-leão foram capturados por pescadores na última semana no litoral piauiense e serão encaminhados para pesquisa na UFDPar. Eles foram encontrados próximos aos corais e medem de 10 a 12 centímetros, por isso são considerados jovens.

“Os pescadores estão informando os locais que os animais estão sendo capturados. Eles contaram que o aparecimento dessa espécie vem diminuindo a presença de outros peixes, camarões e outros crustáceos na região, provavelmente estão servindo de alimentos para os peixes-leão. Infelizmente eles não têm predador natural no mar e se reproduzem muito rápido”, informou Maryna Reis, da ICMBio.

Orientações

Equipes da ICMBio e os pesquisadores da UFDPar estiveram na sexta-feira (29) em Bitupitá (CE), onde um pescador foi hospitalizado após pisar em um peixe-leão. Eles participaram de uma reunião com orientações sobre a espécie.

Nesta quarta-feira (4), a Instituto irão promover uma reunião com a população e pescadores para levar as informações sobre o animal e a melhor maneira de manusear a espécie.

“A orientação é que mantenha congelado. Não aconselhamos os banhistas a tentar capturar o animal, mas apenas indicar o local que ele foi visto. Pessoas experientes com os pescadores e mergulhadores são as mais indicadas para o manuseio com o peixe”, explicou Maryna Reis.

Com informações do G1 PI

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