Dados levantados por
pesquisadores da UFPI e Fiocruz-Piauí
O último dia do mês de março retrata o colapso na rede pública do Piauí. Levantamento de pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)- Piauí mostra que apenas uma região de saúde não estava em colapso e a cidade de Oeiras, no interior do estado, contava com um leito de UTI disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nessa quarta-feira (31).
Os dados da Secretaria de Estado
da Saúde (Sesapi) confirmam a situação, difícil até para quem pode pagar pelo
atendimento médico particular ou tem plano de saúde. Março fechou com apenas 21
leitos disponíveis de UTI na Capital. Atualmente, a fila de espera é de mais de
100 pacientes.
O levantamento da UFPI e Fiocruz-
Piauí leva em consideração as regionais de saúde. O professor Emídio Matos
esclarece que o estado é dividido em 11 Territórios de Desenvolvimento, mas em
relação à Covid-19, foi dividido em oito que são as regiões onde há UTIs. O
mapa, baseado em dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), mostra que,
no interior do estado, havia apenas uma vaga de UTI disponível pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), na cidade de Oeiras, nesta quarta-feira (31).
VEJA SITUAÇÃO POR REGIONAIS DE
SAÚDE:
Chapada das Mangabeiras (Bom
Jesus) - colapsado
Serra da Capivara (São R. Nonato)
- colapsado
Vales dos Rios Piauí e Itaueiras/
Tabuleiros do Alto Parnaiba (Floriano) - colapsado
Vale do Canindé (Oeiras) - um
leito disponível
Vale do Rio Guaribas/ Chapada
Vale do Rio Itaim (Picos) - colapsado
Entre Rios/ Carnaubais/ Vale do
Sambito (Teresina) - colapsado
Cocais (Piripiri) – colapsado
Planície Litorânea (Parnaíba) -
colapsado
"Os dados mostram que estamos
com mais de 120% de ocupação. Temos uma fila de aproximadamente 113 pacientes,
ou seja, na prática não tem leito desocupado. O que acontece é que, às vezes, o
senso hospitalar é repassado em um momento em que surgiu um leito que está
sendo preparado para outro paciente que está à espera. No último levantamento
surgiu uma vaga em Oeiras, mas se tiver um paciente esperando em Teresina, será
que dá tempo chegar lá? na prática, está tudo colapsado", explica Matos.
O professor destaca que o
levantamento é importante para que as autoridades tenham um panorama da
situação da ocupação de UTIs públicas no estado.
Dados levantados pela Sesapi
"Estamos prestando uma consultoria voluntária. Temos trocado informações diariamente com a Secretaria de Estado, conversamos com o governador e apresentamos ao Comitê de Operações Emergenciais (COE). Esse levantamento é diário. A gente está pegando os dados, transformando informação e a informação em conhecimento para tomada da decisão da gestão", explica Emídio Matos.
O grupo de pesquisa é formado por
professores e alunos das áreas de Saúde e Engenharia da UFPI e Fiocruz- Piauí.
UTIS DISPONÍVEIS NA CAPITAL EM 31 DE MARÇO
Em Teresina havia 21 vagas de
UTIs disponíveis no último dia de março. O levantamento da Sesapi também leva
em consideração os Territórios de Desenvolvimento. As vagas disponíveis ontem
(31) eram no Território Entre Rios que compreende a Capital. A situação dos
leitos de UTI era a seguinte:
Maternidade Dona Evangelina Rosa (4 vagas), Hospital Infantil Lucídio Portella
(3 vagas), Prontomed (3 vagas), Unimed (3 vagas), Hospital de Terapia Intensiva
(2 vagas), Hospital de Urgência de Teresina (2 vagas), Hospital Geral do Monte
Castelo (2 vagas), Hospital Rio Poty (1 vaga) e Hospital Universitário (1
vaga).
No estado, até o momento, a
cobertura vacinal só atingiu 5,03%. O mês de março, que terminou ontem (31),
foi mais letal desde o inicio da pandemia com três dias consecutivos de mortes
acima de 30 pacientes.
Graciane Sousa
gracianesousa@cidadeverde. com
Edição: Jornal da Parnaíba
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