Faltou
um desfibrilador que “poderia ter salvo
a vida de Eduardo”, disse a médica Érica Yanaguihara, paulista que estava a
turismo em Barra Grande e que ajudou a prestar os primeiros socorros ao baterista.
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Eduardo Henrique era baterista da Banda Dona Bia |
A
médica Érica Yanaguihara ajudou a prestar os primeiros socorros ao baterista
Eduardo Henrique, que morreu após sofrer uma forte descarga elétrica, em Barra
Grande, no dia 28 de dezembro de 2019. Em contato com o Cidade Verde,
a médica alertou que Eduardo poderia estar vivo se a região tivesse um
Desfibrilador Automático Externo (DEA) para reanimá-lo.
Assim
que Eduardo sofreu a descarga, ela conta que muitas pessoas começaram a buscar
por um DEA, inclusive nas grandes pousadas, mas nenhum foi localizado. Após 30
minutos aguardando a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o
veículo chegou com o aparelho sem funcionar.
Matéria relacionada: Baterista da banda Dona Bia morre após descarga elétrica em Barra Grande.
"Sou de São Paulo, eu estava a turismo e fui a médica que estava presente no momento do ocorrido, junto com outro médico, iniciamos as manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Imediatamente, solicitei que chamassem o SAMU e trouxessem um DEA. Estava seguindo o protocolo preconizado mundialmente de BLS (Basic Life Support). Não havia um DEA em lugar nenhum", contou.
Matéria relacionada: Baterista da banda Dona Bia morre após descarga elétrica em Barra Grande.
"Sou de São Paulo, eu estava a turismo e fui a médica que estava presente no momento do ocorrido, junto com outro médico, iniciamos as manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Imediatamente, solicitei que chamassem o SAMU e trouxessem um DEA. Estava seguindo o protocolo preconizado mundialmente de BLS (Basic Life Support). Não havia um DEA em lugar nenhum", contou.
Publicada
no Diário Oficial de 2013, uma lei estadual obriga a existência de DEA
(aparelho de corrente elétrica para arritmias cardíacas) em transportes públicos,
espaços esportivos e culturais no Piauí. No caso, Cajueiro da Praia possui
grande fluxo de turismo nas festas de Fim de Ano e, o ideal, segundo a médica,
é ter o equipamento disponível para alguma emergência.
Ela
ressalta que "muitos casos de parada por infarto agudo do miocárdio (causa
de parada muito mais comum do que a sofrida pelo baterista) são reversíveis
pelo desfibrilador. Então, só fica mais evidente o quão grave é a ausência do
aparelho básico no local. Por fim, quando a ambulância do SAMU chegou após meia
hora de manobras, conduzimos o paciente para a ambulância - que
obrigatoriamente também tem que ter um DEA - e fui finalmente instalá-lo, fui
informada que o equipamento estava quebrado. Novamente, mais uma irregularidade
que poderia ter salvo a vida de Eduardo e de muitas outras pessoas".
O
primeiro DEA que Eduardo teria acesso seria em Parnaíba, a uma hora de
Cajueiro, e 1h30 de parada, isto é, "quando não poderia ser feito mais
nada para salvá-lo. Com o intuito de prevenir novas mortes potencialmente
evitáveis como essa, acho importante chamarmos atenção das autoridades locais
para a necessidade urgente de compra e manutenção de um DEA. Não gostaria que
isso afetasse o turismo local, mas é importante que haja a mudança para evitar
novas mortes".
Reunião
O Cidade
Verde entrou em contato com o secretário de Turismo em Cajueiro da Praia,
Marcos Cazuza. Ele confirmou que, após saber do relato da médica, marcará
uma reunião para a próxima terça-feira (07) com a Secretaria Municipal de Saúde
para discutir a melhor assistência ao turistas e moradores locais.
"Quando
estamos com grande movimento, uma ambulância fica 24 horas disponível na UBS de
Barra Grande. Na terça, vou me reunir e fazer esse trabalho em parceria com a
Saúde para reverter essa situação e garantir melhor assistência,
principalmente, quando o fluxo (de pessoas) for maior".
O Cidade Verde também apurou que a Central do SAMU em
Parnaíba regula as ambulâncias da região. Que há uma ambulância avançada em
Parnaíba e as demais são ambulâncias básicas. A depender da gravidade, a
avançada vai ao encontro da básica para deslocar o paciente de uma para a
outra, assegurando uma maior agilidade no atendimento.
Sobre
o não funcionamento do DEA na ambulância, o Cidade Verde tenta
contato com o secretário de Saúde de Cajueiro da Praia e com a coordenação
do Samu em Parnaíba. O espaço está aberto.
Por Carlienne Carpaso/Cidade Verde | Edição: Jornal da Parnaíba
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