Dos mandados de
prisão preventiva, dois foram contra o ex-prefeito de Buriti dos Lopes e atual
diretor da Adapi, Bernildo Duarte Val e seu irmão Juscelino Duarte Val.
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Residência do ex-prefeito e atual diretor da Adapi, Bernildo Duarte Val |
O Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado
do Piauí divulgou a lista das pessoas que foram presas durante a 3º fase da
Operação Escamoteamento, deflagrada na manhã desta quinta-feira (23), que teve
como objetivo cumprir sete mandados de prisão preventiva, seis mandados de
prisão temporária e 16 de buscas e apreensões expedidos pelo juiz da Vara Única
de Cocal.
Gaeco e Polícia
Rodoviária Federal agem de maneira conjunta na Operação Escamoteamento Dos
mandados de prisão preventiva, dois foram contra o ex-prefeito de Buriti dos
Lopes, Bernildo Duarte e seu irmão Juscelino Duarte.
Outros dois mandados
de prisão temporária foram contra o ex-secretário municipal Ademir Felipe e o
funcionário público Islano Ramabir. Os demais 9 mandados de prisão foram contra
empresários do Estado do Ceará.
Sete mandados de prisão preventiva foram para:
- -Bernildo Duarte Val, ex-prefeito de Buriti dos Lopes e atual diretor da Adapi
- -Juscelino Duarte Val, irmão do ex-prefeito Bernildo
- -Carlos Kenede Fortuna de Araújo, conhecido como Carlinhos Pezão, sócio-proprietário da empresa Vicosel Construções e Serviços, que mora em Tianguá, no Ceará
- -Jasem Nunes, proprietário da J. Nunes Empreendimentos - ME e sócio-cotista na empresa L J Serviços e Construções Eireli, que mora em Tianguá, no Ceará
- -Francisco Elânio Moreira Arruda, empresário que mora em Tianguá, no Ceará.
- -Lindomar Sousa Nunes, é servidor público e mora em Tianguá, no Ceará
- -Gerlan Nunes, é um empresário que também mora em Tianguá, no Ceará.
Os seis mandados de
prisão temporária foram para:
- -Ademir Felipe Teixeira Nascimento Filho, empresário e ex-secretário municipal de Buriti dos Lopes.
- -Islano Ramabir Silva Pereira, funcionário público da prefeitura de Buriti dos Lopes.
- -Ícaro Rafael de Sousa Arruda, empresário e ex-secretário de finanças de Viçosa, no Ceará.
- -José Sidney Dourado Gomes, empresário que mora em Tianguá, no Ceará.
- -Francisco Zerbini Dourado, que mora em Tianguá, no Ceará.
- -Francisco Fausto de Oliveira Neto, proprietário da Ágile Construções e Locações de Máquina Eireli, de Fortaleza, no Ceará.
O juiz Carlos
Augusto Arantes Júnior, da comarca de Cocal, ainda determinou o bloqueio das
contas pessoais de todos os 13 presos, no valor total de R$ 8.388.822,64
milhões.
O juiz Carlos
Augusto Arantes Júnior, da comarca de Cocal, foi o responsável por expedir no
dia 22 de agosto os mandados de prisão preventiva e temporária, além dos de
busca e apreensão, com base na investigação realizada pelo Gaeco. A
investigação se iniciou após a então vereadora Adriana Luiza Passos Borges
apresentar uma notícia-crime pedindo a investigação criminal para apurar
suposta atuação de organização de fraudes em licitações na cidade de Cocal, com
a participação de empresas do Ceará que eram contratadas e realizavam obras de
baixa qualidade. Essas empresas atuaram em Cocal, Buriti dos Lopes e Bom
Princípio.
Em 2017, a operação
prendeu várias pessoas pelo esquema de corrupção que teria ocorrido na prefeitura
de Cocal. Agora o foco é a prefeitura de Buriti dos Lopes, na gestão do
ex-prefeito Bernildo Val, que encerrou seu mandato em 2016. Uma delatora acabou
denunciando o esquema em Buriti dos Lopes. Ela trabalhava para os empresários
Carlos Kenede Fortuna de Araújo, conhecido como Carlinhos Pezão, e Rodrigo
Fortuna de Araújo.
Conforme informações
dessa delatora, “em 2012 , Carlos Kenede, era amigo do prefeito da cidade de
Viçosa, no Ceará, com quem manteve vários contratos de serviços, como de limpeza
pública e obras. Assim, o Prefeito de Viçosa apresentou Carlos Kenede ao
prefeito da cidade de Cocal, Rubens de Sousa Vieira, que por sua vez o
apresentou ao prefeito de Buriti dos Lopes, Bernildo Duarte Val e este o
apresentou a Francisco Apolinário Costa Moraes, prefeito de Bom Princípio,
dando início assim ao esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e diversos
outros crimes contra a Administração Pública envolvendo estas Prefeituras e
seus gestores, grupo criminoso este liderado por Carlos Kenede”.
Segundo o juiz, a
investigação apontou que “Carlos Kenede usava sua influência e amizade nas
cidades retrocitadas, a fim de obter vantagens em licitações e contratos onde,
normalmente, obtinha informações privilegiadas sobre determinados editais de
licitações para contratação de obras e serviços pela administração pública
municipal”.
Esquema
O esquema criminoso
nas cidades do Piauí se desenvolveu com base nas informações previamente
obtidas por Carlos Kenede sobre editais de licitação e já com um acerto prévio
com o prefeito, bem como com a comissão de licitação, Carlos Kenede articulava
com determinadas empresas para a escolha da empresa vencedora ocorrendo assim
um direcionamento.
As empresas
concorrentes em um certame licitatório, eram corrompidas a desistirem e/ou
perderem a licitação em detrimento de uma previamente escolhida por Carlos
Kenede. A vantagem paga às empresas teoricamente derrotadas era acertada no
valor de 1% do valor correspondente a cada contrato, em espécie.
Já Carlos Kenede
recebia 5% do valor correspondente a cada contrato e a empresa teoricamente
responsável pelo serviço ficava com cerca de 7% do valor do contrato, onde
pagaria os impostos inerentes, enquanto os demais valores cerca de 85% a 90%
eram repassados em espécie aos prefeitos destas cidades por eles serem os
executores da obra contratada, valendo-se de recursos municipais que deveriam
ser utilizados para outros fins.
Por Bárbara
Rodrigues/Laura Moura/Brunno Suênio/GP1 | Edição: Jornal da Parnaíba
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