Fraude na Merenda, Rejane? TCU aponta que, na gestão de Rejane Dias, a Seduc
pode ter fraudado compra de merenda escolar com recursos federais do FNDE.
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Secretária de Educação, deputada Rejane Dias (Foto: Marcos Melo | politicaDinamica.com) |
Rejane deixou no colo do novo secretário de Educação Helder Jacobina a
responsabilidade de explicar o uso de R$ 33,6 milhões que pode, em parte, ter
sido fraudado; os recursos são federais (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)
No seu primeiro dia fora da Secretaria de Educação do Piauí a deputada
Rejane Dias, do PT, já deve explicações ao Tribunal de Contas da União sobre o
gasto de R$ 33,6 milhões. Uma auditoria daquele tribunal aponta que a gestão da
primeira-dama do Piauí na Educação pode ter fraudado a compra de merenda
escolar com recursos oriundos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação). A informação foi publicada no Blog Código do Poder, do jornalista
Aquiles Nairó ontem (2).
Foram vistoriados alguns setores da SEDUC-PI ligados à gestão do PNAE
e, também, 18 escolas estaduais e gerências regionais. Tal qual acontece
com o empréstimo de R$ 600 milhões do governo, também neste caso inexiste prestação
de contas confiável.
Fraude e “camuflagem”
A auditoria do TCU é direta e bem específica ao citar a possibilidade
de fraude na aquisição da merenda escolar sob a gestão de Rejane Dias. Citando
o caso de uma escola no município de Landri Sales, o ministro aponta que o
dinheiro do PNAE que deveria comprar novos alimentos para os estudantes estava
servindo para pagar contas antigas da escola. “A quitação desses supostos
débitos anteriores se daria por meio de uma fraude: emissão de nota fiscal
atual sem o fornecimento dos gêneros correspondentes”, aponta textualmente.
Tal qual aconteceu com o empréstimo de R$ 600 milhões realizados por
Wellington Dias, sua esposa, Rejane Dias também não prestou contas de boa parte
dos R$ 33,6 milhões que deveriam ter sido utilizados para merenda escolar em
2016 e 2017.
A situação encontrada é a de que as escolas, deliberadamente, não
prestavam conta dos recursos repassados pela SEDUC-PI e a secretaria não fazia
essa cobrança. As despesas correspondentes também não foram inseridas no
Sistema de Gestão de Prestação de Contas do FNDE pela SEDUC-PI. Logo, o TCU
entende que os gastos podem estar sendo “camuflados” na prestação de contas
como “saldo a reprogramar para o exercício seguinte”, uma vez que deveriam ser
suspensos para a apuração de responsabilidades.
O relatório ainda questiona a competência e a falta de providências da
gestão de Rejane Dias para inibir o descumprimento pelos gestores das escolas
do dever de prestar contas junto à SEDUC-PI dos recursos do PNAE, uma vez que a
própria secretaria deveria prestar contas junto ao FNDE. Pelo menos R$ 7,4
milhões da alimentação escolar estão sem lastro de prestação de contas regular.
O TCU opinou, inclusive, pelo afastamento de todos os diretores das
escolas investigadas. Entramos em contato com a Comunicação do Governo do
Estado, mas até a publicação desta matéria, a SEDUC não havia se manifestado.
Por Marcos Melo/Política Dinâmica
| Edição: Jornal da Parnaíba
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