Por Pádua Marques
Passado o Natal, Ano Novo e se aproximando agora o
Carnaval, está mais do que na hora de todo mundo tomar um rumo na vida e
começar a procurar alguma coisa pra fazer. Dinheiro não cai do céu e pra se ter
algum no bolso é preciso muito suor, inteligência e perseverança. Se bem que
pra um grupo de gente, ao que parece ter a burra cheia e sair torrando em tudo
quanto é lugar e pra todo mundo ver, isso não é problema.
Digo nessa situação privilegiada os maus políticos
e seus parentes, aderentes e "pariceiros" que se aproveitam de um momento de
fraqueza do povo e largam a fazer fortuna com o dinheiro público. Compram
fazendas no Mato Grosso ou no Goiás, shopping centers e apartamentos em Nova
York, Paris, Frankfurt, Lisboa e Tóquio, jatinhos de última geração pra passar
o final de semana em Angra dos Reis ou na praia de Barra Grande pegando ali pro
Peito de Moça.
Estamos já dentro de fevereiro e na hora de
prefeitos, secretários, assessores e gente com poder de mando e de opinião
começarem a trabalhar. Não se admite numa altura dessas da vida ainda se
encontrar muita gente perdida sem saber a que veio e pra que foi chamada. Vamos
acabar com esse negócio, essa mania de todo início de administração municipal
passarem seis ou mais meses sem que a população tenha uma visão determinante, naquelas
áreas mais urgentes como transporte, limpeza urbana, atendimento em postos de
saúde e outras coisas. Parnaíba tem um problema de transporte público que mais
parece nódoa de caju, não tem diabo que tire!
Não se admite que por desculpa de administração
passada muitas prefeituras levem um tempo danado, paradas, sem um desenho de
movimento com assessores encostados nos corredores e até sem uma cadeira pra se
sentar. Muitas prefeituras, a gente reconhece, foram deixadas e estão como
dizia uma tia velha, em petição de miséria. Prefeitos e secretários que
dilapidaram o patrimônio público incorreram em licitações fraudulentas,
erradas, enriqueceram da noite pra o dia em quatro ou mais anos e agora saem
espalitando os dentes e ainda se fazendo de vitimas.
Certamente vão querer voltar daqui a quatro anos
com a maior cara de pau e se dando por salvadores esquecendo a merda que
fizeram. Os candidatos de ontem, agora titulares de prefeituras, tiveram quatro
anos ou mais, tempo suficiente pra verem, avaliarem e montarem propostas de
administração melhores do que seus oponentes e que agora acabam de descer da
cadeira. Muitos prefeitos foram tão ruins, medíocres, apagados, que saíram pela
porta da criadagem e deixaram a chave com o porteiro. O negócio agora é
trabalhar. Trabalhar duro e com o objetivo de servir à população.
Falando em população, essa tem de ficar bem atenta
e cobrando resultado. Tanto na prefeitura quanto nas câmaras de vereadores.
Muitos prefeitos, secretários, assessores disso e daquilo, nos primeiros dias
de gestão não saem de cima do trabalho nem pra beber água. Uma eficiência de
fazer inveja a inglês. Na Câmara Municipal tem até sessão extraordinária. O
problema é o depois. Depois é um tal de: foi ali e volta daqui a pouco; viajou
pra casa da mãe; foi levar a sogra pra tomar vacina; saiu pra pegar os meninos
na escola; está com catapora ou com dengue; está na sala ao lado; faz dois dias
que não aparece; morreu uma parenta dele lá no caixa pregos e ele foi pro
velório. Tudo isso e muito mais. Coisa que doutor nem adivinha! Portanto vamos
trabalhar. Eu nunca ouvi dizer que trabalho matasse ninguém. O que mata é
preguiça.
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