Laudo cadavérico apontou apenas que morte ocorreu
por asfixia, mas sem esclarecer se houve suicídio, homicídio ou acidente.
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Antônio Nunes Pereira Diretor de Polícia Técnico-científica do Piauí (Foto: Assis Fernandes / O DIA) |
A Polícia Técnico-científica do Piauí realizará,
nesta sexta-feira (22), a exumação de um cadáver enterrado em Parnaíba para
esclarecer uma morte que ocorreu dentro da Delegacia de Luís Correia, no
dia 28 de novembro de 2011 - há mais de cinco anos, portanto.
Trata-se do corpo de Hélio Marcos Machado
Rodrigues, que foi encontrado numa cela do distrito policial com um pano
amarrado no pescoço.
O diretor de Polícia Técnico-científica do
Piauí, Antônio Nunes Pereira, explica que a exumação foi solicitada pelo
Ministério Público do Estado porque a morte do preso não foi completamente
esclarecida no laudo produzido a partir da primeira autópsia, feita logo após o
falecimento.
O parecer apontou apenas que a morte ocorreu por
asfixia, mas, segundo Antônio Nunes, os peritos não souberam determinar, à
época, se Hélio Marcos Machado cometeu suicídio ou se foi assassinado dentro da
cela da Delegacia de Luís Correia.
Antônio Nunes afirma que o fato de o corpo ter sido
sepultado há mais de cinco anos pode dificultar o trabalho da perícia, mas,
ainda assim, é possível fazer um trabalho satisfatório, que será capaz de
esclarecer a morte. "Pode prejudicar um pouco, mas nós temos uma equipe de
medicina forense, formada aqui no Piauí há uns quatro anos, com gente que só
mexe com cadáver difícil, e eu sou um deles. Então, assim, dificulta mas a
gente se vira. Na época, a autópsia conseguiu alguns achados importantes, mas
não concluíram a causa jurídica, se foi homicídio, suicídio ou
acidente. Como este cidadão estava sob a custódia do Estado, nosso
objetivo é descobrir a causa mortis e as implicações legais disso", afirma
o diretor da Polícia Técnico-científica.
Matéria relacionada:
Corpo de homem morto na delegacia de Luís Correia será exumado;
Drogaria Multifarma é arrombada em Luis Correia.
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A exumação foi autorizada pelo juiz Willmann
Izac Ramos Santos, após solicitação feita pelo promotor de Justiça Galeno
Aristóteles Coelho de Sá.
"Encontraram um pano no pescoço e na autópsia
determinou-se que a morte ocorreu por asfixia, mas não souberam dizer se houve
estrangulamento, enforcamento, se foi após a morte, para simular, ou não, ou,
ainda, se ele se matou mesmo. O que aconteceu foi isso: eles não conseguiram
determinar. O Ministério Público não se conformou, mandou um ofício para
nós, e nós entendemos que merecia um estudo melhor. Mandamos um ofício de
volta, pedindo ao Ministério Público que solicitasse a exumação ao Poder
Judiciário, porque, a princípio, veio pra gente o pedido para fazermos um novo
laudo com base no documento original, o que é chamado de laudo indireto. Nós
entendemos que poderia ser feito esse laudo indireto, mas junto com o direto,
com a presença do cadáver, porque nós acreditamos que temos condições de
descobrir mais alguma coisa", afirma Antônio Nunes Pereira.
Devem participar da necrópsia três peritos
médicos, uma perita odonto-legista, uma agente de Polícia Civil de
Parnaíba e uma servidora do IML da cidade.
Além disso, todo o trabalho de exumação será
acompanhada por uma equipe da Delegacia de Homicídio, sob o comando do delegado
Francisco Baretta.
A perspectiva é que o trabalho tenha início por
volta das 8 horas, e seja realizado num intervalo de até 3 horas.
A equipe da perícia sairá de Teresina na madrugada
desta sexta-feira (23). Inicialmente, a equipe vai se reunir na
Coordenação Regional de Perícias de Parnaíba, de onde vai se dirigir ao
cemitério São Sebastião. Também devem ser feitos exames toxicológicos
requisitados pela autoridade policial.
Por: Cícero Portela/O Dia
Edição: Jornal da Parnaíba
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