quinta-feira, junho 16, 2016

Em audiência pública, autoridades discutem soluções para o Heda

Autoridades debatem situação caótica do Heda e propõem soluções para os problemas.
Audiência Pública discute a crise no atendimento do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, em Parnaíba.
Nesta manhã (16), por meio do promotor Cristiano Peixoto, o Ministério Público do Piauí fomentou uma densa discussão sobre o caos instalado no Hospital Dirceu Arcoverde (Heda), bem como a busca de soluções para a crise na saúde pública de Parnaíba. Estiveram presentes os secretários Estadual e Municipal de Saúde, respectivamente Francisco Costa e David Soares, a promotora de Justiça e coordenadora do Coads, Karla Carvalho, o diretor do Heda, Alípio Sady, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Piauí, Sérgio Sousa, o presidente da Subseção da OAB/PI de Parnaíba, José Lima, além do vereador Ricardo Veras e do vereador Carlson Pessoa, que também tem lutado arduamente por melhorias no hospital.
Jornal da Parnaíba
Em sua explanação para o público, o secretário estadual Francisco Costa disse que o Heda é o hospital do interior que gera o maior gasto para o Estado, na casa dos 4 milhões de reais por mês. Ele alegou que além dos municípios da Planície Litorânea, a unidade de saúde atende uma grande demanda de pacientes dos Estados do Maranhão e do Ceará, o que contribui para a sua superlotação. De acordo com Costa, o Estado tem estudado maneiras de aumentar a estrutura do local e que há planos de duplicar a capacidade de leitos tanto na enfermaria, quanto na UTI.

Promotor Cristiano Peixoto do Ministério Público do Piauí foi que provou o debate
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Piauí, Sérgio Sousa, relatou um panorama nada animador como a sobrecarga que recai sobre os profissionais de enfermagem, uma vez que não há repouso digno para os plantonistas, entre outras dificuldades. Ainda de acordo com Souza, os profissionais contratados também estão há três meses com os salários atrasados, assim como já havia ocorrido anteriormente.
O Vereador Carlson Pessoa questionou secretário de saúde sobre o Heda receber o maior orçamento do estado e não prestar
um serviço de qualidade a população.
Por sua fez Carlson Pessoa questionou o secretário sobre o fato de a população parnaibana e circunvizinha não conseguir atendimento de qualidade no hospital, sendo que o mesmo recebe a maior quantidade de repasse financeiro do Estado. Entre as explicações dadas por Costa, muita das vezes o hospital dispõe do profissional e dos insumos para tais procedimentos, entretanto, o Heda estaria sofrendo boicote de algumas categorias profissionais que estariam se negando fazer o atendimento pelo SUS por interesses pessoais e que o Estado tem encontrado dificuldades para detectar e punir tais atitudes. O parlamentar também inquiriu a cerca dos rumores de que o Heda estaria sofrendo um sucateamento proposital a fim de possibilitar sua privatização. Costa negou veementemente e garantiu que o Estado não tem intenção de privatizá-lo.
Apesar do tema ser de grande interesse dos parnaibanos e cidades vizinhas, poucos compareceram ao debate
UPA: Estado e município divergem sobre sua conclusão
Questionado sobre a previsão para a Unidade de Pronto Atendimento de Parnaíba (UPA) ser entregue para a população, o secretário municipal David Soares, não citou data, mas disse que todos da equipe dele têm trabalhado diariamente para a conclusão da obra e que já existem recursos provenientes de emendas destinados para a aquisição de todo o aparelhamento. Entretanto, Francisco Costa foi franco ao dizer que o governo federal não dispõe de nenhuma verba para a UPA de Parnaíba e que a entidade não poderá contar com o Ministério da Saúde devido a severa crise que o País enfrenta.

Ao final da audiência ficou decidido que ainda na tarde de hoje o Ministério Público faria uma inspeção nas instalações do Heda a fim de averiguar a real situação do hospital. Também por sugestão de David Soares, futuramente poderá ser criado um Gabinete Gestor para gerir e buscar soluções para os problemas de saúde no hospital regional. Foi proposto também parcerias entre a Ufpi e a Uespi de modo a ajudar na condução clínica e acadêmica da instituição.
Por Luzia Paula. Fotos: Gleitowney Miranda / Ascom

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