Bancada piauiense se divide na votação do impeachment no Senado.
O senador Elmano Férrer (PTB) surpreendeu durante a
votação do Senado que aprovou o afastamento da presidente Dilma Rousseff por
180 dias. Anteriormente, o piauiense havia declarado que era a favor da
instauração do impeachment, mas na madrugada desta quinta-feira (12), o
parlamentar foi um dos 22 senadores que votou contra admissibilidade do
processo.
"Minha consciência me levou a isso. Digamos,
não havia motivos palpáveis e jurídicos que incriminasse a presidente da
República pelo crime de responsabilidade. Foi uma decisão muito pessoal,
consciente, independente de qualquer conotação partidária ou pressões de
qualquer natureza por autoridades daqui", disse Férrer, em entrevista ao jornalista
Elivaldo Barbosa, que acompanha a votação de Brasília.
A senadora Regina Sousa (PT) usou o tempo
estabelecido na tribuna para justificar o voto. "Foi a política que
decidiu que a presidente Dilma não governaria. Tomada a decisão, ou seja,
depois de apontar quem seria a criminosa, partiu-se para achar o crime. E não
venham apontar que é a economia, porque esse país já passou por várias crises
graves e não de depôs governante", disse a petista.
Já o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira,
repetiu a orientação do partido na votação do dia 17 de abril, na Câmara
Federal. Da bancada piauiense no Senado, ele foi o único que votou pela
admissibilidade do impeachment.
"Essse é um dia que eu não gostaria que
existisse e que estivesse acontecendo. O afastamento de presidente da república
é traumático em qualquer democracia, mas nós representantes da sociedade, temos
que nos resignar aos nossos deveres, principalmente, quando de nós é exigido
cumprir a nossa obrigação em suas instituições. Nunca fui um entusiasta desse
impeachment. Todos sabem que a minha primeira atitude, logo no início desse
processo, foi tentar construir uma solução menos dolorosa possível dentro das
circunstâncias. A Casa não faz aquilo que o povo não quer. O povo é
soberano", disse Nogueira.
"Eu venho de um Estado, o Piauí, e de uma
região o Nordeste, ao qual tenho bastante gratidão pelos avanços sociais que
mudaram a vida de milhões de piauienses e nordestinos. É doloroso estar aqui
presenciando o fim de um ciclo, iniciado pelo presidente Lula e que tanto
deixou boas recordações na alma de meu povo, do povo do Estado do Piauí e
região. Neste momento tão triste, por questão de honestidade, consciência e
coerência, temos que reconhecer que o legado das melhorias políticas-sociais
implementadas pelo presidente Lula, significaram na vida dos meus irmãos, do
meu querido Estado. Assim, eu com o peso da responsabilidade histórica que hoje
temos sobre os nossos ombros, voto SIM, pela admissibilidade do
impeachment. Meu voto não é contra ninguém, contra nenhum governo. Meu voto é a
favor da necessidade urgente que a gente tem de sair do atual impasse. Por
isso, voto a favor do fim da crise; à favor do Brasil", disse Ciro
Nogueira.
Por Graciane Sousa / Cidade Verde
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