O governo do Estado está prestes a retomar a obra
do porto de Luís Correia, empreendimento que se arrasta há décadas no litoral
do Piauí sem previsão de conclusão. O assunto foi tema de uma reunião entre o
Ministério Público Federal (MPF) e a Secretaria Estadual de Transportes no
final da semana passada. O procurador da República Kelston Pinheiro Lages, alertou
os gestores da pasta sobre o cumprimento das exigências legais e criticou o
Estado pela morosidade em concluir grandes obras estruturantes.
“É
lamentável. O Porto é uma obra estruturante para o Piauí, centenária, e não foi
concluído por causa da cultura do Piauí de começar e não terminar obra. O
Ministério Público tem adotado os meios para punir aqueles gestores que se não
se comportam como deve ser, como manda a legislação”, disse o procurador.
Dentre as exigências legais a que o procurador se
refere estão os estudos preliminares, dentre eles os de viabilidade técnica e
econômica e os estudos de impacto ambiental. “A nossa preocupação é evitar o que ocorreu na primeira retomada que
resultou em ações de improbidade. O Ministério Público vai continuar vigilante.
É uma obra realmente estruturante . O Piauí é o único estado do Nordeste que
não tem um porto . Essa obra tem que ser respaldada nas exigências legais”, alerta
Lages.
“O Ministério
Público é responsável por acompanhar a fiscalização dos recursos federais que
chegam ao estado. A nossa preocupação é que esses recursos, que são escassos,
já que temos uma iniciativa privada muito precária, sejam aplicados”,
afirma.
O secretário estadual de transporte Guilhermano
Pires Ferreira, segundo o MPF, informou que está aguardando manifestação da
Secretaria dos Portos da Presidência da República para o reinício da
construção.
Em razão de graves irregularidades nas duas etapas
anteriores, inclusive com o ajuizamento de ações na esfera cível e criminal, o
MPF abriu mais um inquérito civil público, nº 576/2013-09, para acompanhar e
averiguar a regularidade da nova etapa do empreendimento.
As duas ações já ajuizadas pelo MPF tem como base
investigação da Polícia Federal e relatórios de auditoria produzidos pela
Secretaria de Controle Interno da Presidência da República (CISET) que
constataram graves ilícitos como superfaturamento, ausência de estudos de
viabilidade técnica e total imprestabilidade do material efetivamente empregado
nas duas etapas anteriores. O MPF tenta resgatar mais de 12 milhões aos cofres
públicos.
Da redação do Jornal da Parnaíba
Por: Hérlon Moraes/Cidade Verde
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