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Bacia do Rio Parnaíba |
O rio Parnaíba é o segundo mais importante da
região nordeste, depois do São Francisco, limita o estado do Maranhão com o
Piauí. As águas superficiais do estado estão quase totalmente inseridas na
bacia do Parnaíba, que nasce na chapada das Mangabeiras com o nome de Água
Quente e, percorrendo 50km aproximadamente, recebe o Corriola. A partir desta
junção, começa a receber o nome de Parnaíba. Após percorrer cerca de 1.485 km
na direção sul-norte, deságua no Oceano Atlântico e sua foz é do tipo delta.
O Parnaíba vem sofrendo, ao longo dos anos, um
crescente processo de assoreamento em função da retirada das matas ciliares,
especialmente, nas nascentes do rio; do avanço da fronteira agrícola, com
extensas áreas de monocultura; do pastoreio intensivo; do lançamento de
resíduos sólidos e efluentes de toda a natureza, principalmente, nas áreas
urbanas; da ocupação desordenada e do uso da área de preservação permanente
para agricultura de subsistência e outros pequenos empreendimentos econômicos
sem os cuidados ambientais necessários. Estas ações vão se somando e
contribuindo para a sua lenta agonia.
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Nem mesmo a estratégia de se criar unidades de
conservação por toda a extensão do rio tem contribuído, sequer, para despertar
a sociedade civil e os poderes públicos para a forma irracional do uso e
ocupação na bacia do Parnaíba. Qual o papel de cada um desses espaços
protegidos no que tange à conservação do rio Parnaíba? Qual a efetividade do
manejo nestas unidades?
Outro mergulho nas indagações seria saber onde estão
as universidades que se multiplicam nas esquinas deste estado? Estariam elas
comprometidas com que tipo de demanda social? As públicas estão devendo a nossa
sociedade. E as privadas, igualmente, pois estão mais preocupadas em ampliar o
seu quadro de estudantes e o faturamento mensal. Às favas o povo e seus
problemas...
Onde estão os nossos representantes legitimamente
escolhidos pelo povo? Cadê os governadores (2), os senadores (6), os deputados
federais (20), os deputados estaduais (60), além dos prefeitos e vereadores das
cidades ribeirinhas do Parnaíba? Note-se que a bancada é dobrada, pois o rio
Parnaíba pertence ao Piauí e ao Maranhão. Parece que os nossos gestores ainda
não perceberam que ele é vital para ambos os estados.
Por força da Lei Nº 9.954, de 6 de janeiro de 2000,
a CODEVASF teve sua área de atuação ampliada para a bacia do rio Parnaíba, defesa
do então senador Freitas. Ação política que reputo a mais importante dos
últimos anos para os estados do Piauí e Maranhão. Pena que ainda não soubemos
aproveitar a oportunidade.
O Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da
Bacia do Parnaíba – PLANAP é um precioso documento que deveria ser o “livro de
cabeceira” dos nossos gestores. Ele traz um diagnóstico completo dos problemas
e potencialidades, bem como apresenta soluções. O gerenciamento integrado de
bacias hidrográficas é o que há de mais moderno em planejamento territorial. O
Piauí, a despeito de ter a segunda maior e mais importante do nordeste ainda
não avançou nesse instrumento de gestão.
O atual governador já sinalizou com a retomada da
construção de mais 3 hidrelétricas no rio Parnaíba. Um desastre... Não se fala
de jeito nenhum num programa de revitalização da bacia. O alerta vem de um
Provérbio Indígena: “Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe
for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer
dinheiro”.
Artigo de Fernando Gomes, sociólogo, eleitor,
cidadão e contribuinte parnaibano.
Um comentário:
Boa reportagem, mas essa imagem que vc usou é de Barra Grande, na fiz do Rio camurupim, entre Barra Grande e Macapa
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