Uma questão que preocupa e incomoda o parnaibano,
nos dias atuais, é a dificuldade de circular na cidade. O trânsito, beirando
uma situação de caos compromete nossa qualidade de vida.
Um dado preocupante é que a frota na cidade continua
a crescer. Cerca de 200 novos carros e 500 motos por mês entram em circulação e
que ajudam a complicar o trânsito. Por onde circularão e onde estacionarão
tantos veículos? Como poderemos nos deslocar daqui a 10 anos? Como estacionar
no centro?
E aí, o que fazer? Em primeiro lugar, sair da
inércia. Não ficar com a ilusão de que uma grande obra, como a implantação de
Veículo Leve sobre Trilhos será capaz de resolver todo o problema, como num
passe de mágica. A cidade precisa de um estudo de engenharia de trânsito. Parar
de improvisos!
O Poder Público precisa priorizar o transporte
coletivo, iniciando pela reativação das linhas de ônibus, projetando vias
exclusivas, redutores de velocidade, construindo abrigos de passageiros, etc.
Precisamos de uma política voltada para a
mobilidade urbana. Evitar, a todo custo, a concentração de empreendimentos,
como vem ocorrendo em vários bairros, onde só se pensa na especulação
imobiliária. Ruas são definidas com o mínimo de largura possível com o olhar
complacente do poder público. Poder-se-ia, doravante, pensar como o ilustre
prefeito Ademar Neves que, à época em que governou Parnaíba, pensou grande. Ele
projetou o bairro Nova Parnaíba, com seu atual desenho de ruas largas garantindo
a mobilidade urbana atual. É impossível pensar a cidade com os novos conjuntos
residenciais tendo a mesma projeção?
É preciso pensar na implantação de uma rede ciclo
viária. Uma cidade plana como a nossa e que possui uma considerável frota de
bicicletas, não pode deixar de oferecer condições seguras de circulação para os
seus ciclistas. O que foi feito até agora? Ninguém da administração pensou ou
pensa nisto?
A falta de execução de algumas medidas simples
compromete ainda mais o trânsito: algumas ruas precisam de faixa para pedestre,
outras têm demais, como as duas existentes na Av. Presidente Vargas, próximo ao
Bradesco, que já causou vários acidentes. Ou as três no Colégio das Irmãs!!!
Na Avenida São Sebastião, próximo ao Monumento da
Águia há um retorno sentido 3 de maio para o centro da cidade. Só aqui em
Parnaíba se vê isso: um retorno a 10 metros de um semáforo. Só vão interditar
aquele retorno quando tiver um grave acidente ali.
Outra medida poderia ser decidida já: a conclusão
da Avenida São Sebastião até o Portinho e a extensão da pavimentação asfáltica
da Avenida Dr. João Silva também até o Portinho, fazendo uma ligação entre
estas duas paralelas. Com estas avenidas concluídas conseguiremos dotar de
mobilidade adequada vários bairros, a exemplo do João XXIII, Planalto, Raul
Bacelar, Piauí, Colina do Alvorada, dentre outros.
Por que não devolver às nossas ruas o fiscal de
trânsito? Não somente para multar, mas, principalmente para orientar os condutores
e os pedestres. O Código de Trânsito Brasileiro estabelece que o dinheiro
proveniente das multas deva ser, integralmente, investido na melhoria do
trânsito. Sua gestão deve ser feita por um Fundo de Trânsito, evitando que
estes recursos entrem no caixa único da prefeitura.
Competente é a atuação da Guarda Municipal. O
“azulzinho” como é chamado cumpre fielmente o papel de multar os infratores.
Não que se deva agir complacentemente com quem erra, abusa e desrespeita as
leis de trânsito. Mas, há registro de muitos casos em que a autoridade se fez
rígida demais em casos que poderiam ser aplicada advertência e/ou passada a orientação
devida. Arrecadar é preciso!
E quanto aos inúmeros veículos que, diariamente,
prejudicam o trânsito fazendo operações de carga e descarga? Um exemplo de
abuso está no caso do carro forte que abastece dinheiro na agência do Banco do
Brasil, mesmo tendo um espaço exclusivo para estacionar, muitas vezes para
fechando a rua. Um abuso!
Também se faz necessário tirar de nossas ruas, a
grande quantidade de veículos que utilizam nossas vias para o estacionamento. Principalmente
no centro da cidade, diversas pessoas vão ao trabalho e deixa seu carro
estacionado o dia todo. Há uma lei que trata do zoneamento, é só exigir o seu cumprimento.
Precisamos de uma política de educação voltada para
o trânsito. As pessoas precisam entender os seus direitos, mas também os seus
deveres, especialmente no que tange ao respeito ao direito alheio. O que ocorre
diariamente no Colégio das Irmãs é o exemplo do caos e do desrespeito. Na hora
de deixar ou pegar seus filhos, os condutores de veículos abusam das normas de
trânsito. Por certo, uma campanha educativa, aliada ao rigor da fiscalização
surtiria o efeito desejado. Por que não fazem?
Por Fernando
Gomes, sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte parnaibano.
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