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Centro de Especialidades Dr. Odival Coelho de Resende, em Parnaíba |
Você já visitou um Posto de Saúde em Parnaíba? Falo
de visita mesmo, conhecer as instalações, os profissionais que ali trabalham e
os procedimentos adotados. Não me refiro àquela(s) vez(es) que você precisou ir
ou acompanhar alguém em caso de doença. Talvez se conhecêssemos melhor
poderíamos tomar providências, a começar por reclamar e denunciar o serviço que
é prestado em caráter precário.
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Centro de Especialidades Dr. Odival Coelho de Resende situado na rua Bandeirantes, em Parnaíba |
O Sistema Único de Saúde compreende uma gama de
serviços públicos na área de atenção e assistência à saúde da população, por
meio de uma rede de serviços financiados pelos três níveis de gestão.
Em Parnaíba, até 2010, estava a esfera municipal
responsável pela gestão das ações de Atenção Básica da Saúde, de Vigilância em
Saúde, de Saúde Mental, de Orientação e Apoio Sorológico, de Ambulatório
Especializado, de Assistência Farmacêutica e de Administração do Serviço Móvel
de Urgência – SAMU.
A gestão local do SUS, exercida pela Secretaria Municipal de Saúde, buscou gerir também os recursos financeiros da média e alta complexidade (Assistência Hospitalar e Ambulatorial), através da adesão ao Pacto pela Saúde, que corresponde à efetiva municipalização da saúde.
A gestão local do SUS, exercida pela Secretaria Municipal de Saúde, buscou gerir também os recursos financeiros da média e alta complexidade (Assistência Hospitalar e Ambulatorial), através da adesão ao Pacto pela Saúde, que corresponde à efetiva municipalização da saúde.
Hoje, Parnaíba tem a Gestão Plena do Sistema de
Saúde. Mas, o que isso quer dizer? Você sabe quais os benefícios disso na vida
das pessoas? A Gestão Plena foi declarada há quatro anos e muito festejada (http://www.proparnaiba.com/noticias/parna-ba-agora-passa-a-ser-gest-o-plena-em-sa-de.html).
Os recursos financeiros aumentaram sem, contudo melhorar os serviços.
À época o então vice-prefeito Florentino Neto
afirmava que “a motivação para que o
Município assumisse a gestão de tão complexa engrenagem de serviços e
dificuldades financeiras é a responsabilidade de cumprir sua missão na
permanente construção do SUS, pois os princípios e as diretrizes do Sistema
levam a assunção desta responsabilidade pela gestão municipal. Outro aspecto
levado em consideração pela municipalidade é a vontade de empreender um maior
nível de controle financeiro e de qualidade dos serviços prestados”. Muita
propaganda e discurso fácil!!! Pouco mudou. A realidade é outra, é caótica.
Senão vejamos: causa indignação o sofrimento das
pessoas mais pobres que precisam recorrer ao sistema municipal de saúde. O
descaso vai desde o primeiro contato, que é a tentativa de marcação de uma
consulta. Em vários postos é preciso chegar na madrugada para tentar um
atendimento. Quando consegue, falta médico, falta medicamento, falta
respeito...!
A Constituição Federal/88 estabelece no art. 196
que: "A saúde é direito de todos e
dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação".
Esse direito não é (re)conhecido. Muitos sofrem sem
diagnóstico. Muitos são levados a uma espera de meses até o dia que o sistema
pode atendê-los. Muitos morrem sem o devido atendimento.
Quem precisa de atendimento especializado sofre
mais ainda, apesar de, a partir de 2011, o município contar com o “Centro de Especialidades
em Saúde-(CES) Dr. Odival Resende”. Mais propaganda (http://www.proparnaiba.com/redacao/2011/08/16/parna-ba-ganha-centro-com-diversas-especialidades-m-dicas.html).
O diagnóstico não é bom e tende a piorar. Números
do IBGE mostram que a participação dos gastos em saúde está aumentando no
orçamento das famílias e que seu custo sobe mais que a inflação. Com a demanda
em expansão, por causa da elevação da renda e do envelhecimento da população, e
a oferta sendo só remendada, o prognóstico é de mais problemas no futuro.
Duas terapias estão sendo recomendadas. De um lado,
o "mais médicos": importa
profissionais que melhoram temporariamente a situação em algumas localidades.
Do outro, a briga por "mais verbas
para a saúde": como é um poço sem fundo, há falhas que só mais dinheiro
não corrige.
É o velho modelo de olhar apenas para o curto
prazo, sem efetivamente resolver os problemas. É obvio que "mais
médicos" e "mais verbas para a saúde" aliviam os problemas
imediatos, mas não curam. A causa da doença é a miopia e o remédio é uma
política consistente e sustentável para o setor.
Por Fernando Gomes, sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte parnaibano.
Por Fernando Gomes, sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte parnaibano.
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