Domingo muitos eleitores estarão elegendo não só um
novo presidente senão também (no escuro) um novo Parlamento, que tem tudo
para ser um dos mais corruptos de toda nossa história política, se levarmos em
conta não só a quantidade exorbitante de dinheiro que as construtoras, empresas
de alimentos e de bebidas, bancos etc. "investiram" nas asquerosas e
abjetas campanhas dos "seus" candidatos, senão também o envolvimento
de muitos políticos no escândalo dopetrolão (Petrobras), que se
transformou numa fonte inesgotável de corrupção.
Depois do mensalão do PT, mensalão do PSDB (Minas
Gerais), mensalão do DEM (Distrito Federal), cartel do metrô em São Paulo
(PSDB) vêm agora as águas profundas do petrolão, que tem tudo para ser um
dos maiores de todas as épocas, não só pela enormidade da roubalheira (mais de
10 bilhões), senão, sobretudo, pelo envolvimento de dezenas de políticos de
vários partidos (incontáveis raposas de todas as cores partidárias estarão
sendo eleitas para tomar conta do Orçamento Público do país e das suas
empresas).
O ministro Teori Zavascki, ao homologar o acordo da
delação de Paulo Roberto Costa, afirmou: "Há elementos indicativos, a
partir dos termos do depoimento, de possível envolvimento de várias autoridades
detentoras de prerrogativa de foro perante tribunais superiores [STF e STJ],
inclusive de parlamentares federais". Muitos desses parlamentares,
certamente, serão reeleitos (dentre outras razões, porque suas campanhas foram
"turbinadas" com o dinheiro do petrolão).
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Milhares de eleitores elegerão políticos que se
transformarão em réus prontamente (veja Josias de Souza - UOL). Seus nomes
ainda não foram revelados, mas já foram citados na delação premiada do
ex-diretor da Petrobras (Paulo Roberto Costa). Dezenas de outros virão com a
delação do doleiro Youssef (que está em curso).
Carl Schmitt foi um dos teóricos mais enfáticos do
poder ditatorial exercido por Hitler (de 1933 a 1945). Idealizou "uma das
tiranias mais abomináveis da história" (como disse Roberto Romano). É,
portanto, um dos autores mais hediondos que a humanidade conheceu. Apesar da
sua ficha-suja (repulsiva, horrorosa, degradante, aviltante), não há como
deixar de prestar atenção nas suas contundentes críticas aoparlamento (e
aos parlamentares) da sua época (veja F. Bianchini, Democracia
representativa e democracia participativa, p. 98 e ss.).
"Tornou-se muito duvidosa a real competência
do Parlamento para formar uma elite política. Hoje em dia não somos mais
otimistas a respeito desse instrumento de seleção, muitos já encaravam essas
expectativas como obsoletas, e a palavra 'ilusões' (...) poderia facilmente
aplicar-se a certos democratas alemães. As centenas de ministros constantemente
apresentados como elite política pelos inúmeros Parlamentos dos diversos
Estados europeus e não-europeus não justificam nenhum otimismo. Mas o que é
pior, e desfaz qualquer esperança, é que em algumas nações o sistema
parlamentar conseguiu transformar todas as questões políticas em objeto de
cobiça e de compromisso dos partidos e dos agregados, e a política, longe de
ser a ocupação de uma elite, passou a ser a desprezível negociata de uma
desprezível classe de gente".
Como bem ponderou o filósofo da Unicamp Roberto
Romano (no prefácio ao livro de F. Bianchini, citado), "De fato, no
cotidiano as notícias sobre a corrupção, a venalidade, a tibieza dos deputados
e senadores (não apenas no Brasil) parecem dar plena razão às acidas críticas
do jurista alemão aos parlamentos. Certas diagnoses de Schmitt, se aplicadas ao
Brasil, por exemplo, guardam toda sua atualidade: negociatas em comissões, chantagens
para obter espaço e cargos no poder, distância cada vez maior dos eleitores
etc. Bianchini desce fundo nas razões alegadas por Schmitt, sem tergiversar
sobre os defeitos do sistema representativo de governo. Mas ele mostra, também,
com o mesmo rigor, o quanto - já nas críticas do alemão - estavam presentes as
teses que deram vez a uma das tiranias mais abomináveis da história [regime
nazista de 1933-1945, que provocou o ignóbil e nauseabundo assassinato de
milhões de pessoas, destacando-se os judeus dentre as vítimas).
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LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista e
diretor-presidente do Instituto Avante Brasil.
Estou no professorLFG.com.br e no twitter: @professorlfg
Um comentário:
Gente vamos saber votar, porque esse país tem quer ir pra frente, se nós não souber vota não vamos pra frente, nunca precisarmos de segurança, saúde e educação, vamos crescer o Brasil vamos tirar esse corrupto.
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