Três cidades do Piauí são marcadas pelas lutas em
busca da independência. Ideal de libertação deixou mortos e alguns
revolucionários foram presos.
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|Monumento em homenagem proclaamação da Independência
do Brasil em Parnaíba a 19 de Outubro de 1822
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“Foi no ano de 1822, 19 de outubro foi o dia. João
Cândido de Deus já conhecia que um problema maior vinha depois; com Leonardo e
Simplício se dispôs a proclamar com muita inteligência. E o português Fidiê sem
paciência numa batalha sangrenta se meteu, muitos homens o Piauí perdeu
alcançando a sua independência”, cantou o repentista Aureliano dos Santos
(vídeo ao lado), sobre alguns dos fatos mais importantes que marcaram a
conquista da Independência do Piauí, há exatos 192 anos.
Sobre o processo de independência, o historiador Fonseca Neto (vídeo abaixo) contou que a luta pela libertação do Piauí do domínio português começou no dia 19 de outubro de 1822 em uma solenidade realizada na Câmara Municipal de Parnaíba, no litoral piauiense, por meio do juiz de fora João Cândido de Deus e Silva, o fazendeiro Simplício Dias e o poeta Leonardo Carvalho.
Passado três meses da solenidade em Parnaíba, dois
movimentos revolucionários estavam prestes a acontecer: o primeiro, na cidade
de Oeiras, no dia 24 de janeiro de 1823, que proclamou a independência do
estado.
E, em 13 de março de 1823, na cidade de Campo Maior, onde ocorre o primeiro embate sangrento, conhecida como a Batalha do Jenipapo. O confronto ocorreu entre os independentes, como eram conhecidos aqueles que desejam romper politicamente com Portugal, e as tropas das Forças Armadas, comandada pelo major João José da Cunha Fidié.
Para muitos historiadores, essas são as três principais datas que marcaram a adesão do Piauí à Independência do Brasil. Fonseca Neto lembra ainda o dia 22 de janeiro de 1823, quando o poeta Leonardo Carvalho Castelo Branca faz um novo ato de aclamação a independência na cidade de Piracuruca, chamando o povo para a luta armada, incluindo o enfrentamento de independentes e portugueses na Lagoa do Jacaré (vídeo ao lado).
19 de outubro de 1822 - Pioneirismo em Parnaíba
João Candido de Deus e Silva, Simplício Dias e
Leonardo Carvalho Castelo Branco se reúnem em frente à Câmara Municipal de
Parnaíba e anunciam a aclamação da independência. No entanto, ao mesmo tempo em
que o Piauí aclamava esse ato de libertação em 1822, ele exaltava o rei de
Portugal Dom João VI e seu filho, Dom Pedro I; o que era uma contradição, pois
o rei não apoiava a independência declarada pelo próprio filho.
Sabendo do movimento, o chefe das Forças Armadas,
major João José da Cunha Fidié, deixa Oeiras e vai a Parnaíba para retomar o
poder. Com receio da represália e por não possuírem um exército forte, os
libertários deixam Parnaíba e fogem para Granja, no Ceará.
24 de janeiro de 1823 – Rebelião em Oeiras
Aproveitando a ausência do Fidié, o brigadeiro
Manoel de Sousa Martins realizou uma rebelião em Oeiras e ocupou o Palácio de
Governo.
ara o brigadeiro, era necessário um ato
revolucionário para defender a Independência do Piauí e, com a tomada do Governo
de Oeiras, os partidários da Independência acreditavam que o estado romperia
definitivamente com Portugal, elegendo um novo governo provincial porque a
solenidade em Parnaíba não trouxe mudanças consideráveis ao sistema político e
econômico vigente, pois a primeira perdeu seu valor porque o Piauí permanecia
subordinado a Portugal.
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Cruzes cravadas ao chão no memorial Batalha do Jenipapo (Foto: Carlienne Carpaso/G1) |
13 de março de 1823 – Sertanejos contra soldados portugueses
Ao saber da rebelião, Fidié decide retornar a
Oeiras. No meio do caminho, o major será surpreendido com os grupos de
independentes dispostos a dar a vida pela independência de
Após cinco meses do ato histórico em Parnaíba,
ocorre a primeira luta sangrenta no estado, sendo resultado de embates entre o
poder português e a população sertaneja piauiense, que se uniu a cearenses e
maranhenses a fim de expulsar do Piauí o major Fidié.
A luta, iniciada na lagoa do jacaré, chegou ao
riacho do Jenipapo, sendo palco de um dos mais violentos confrontos pela
independência do país. A intenção era impedir que Fidié chegasse a Oeiras e
retomasse o poder no Palácio do Governo, ocupado pelos independentes, no dia 24
de janeiro de 1823.
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Monumento em homenagem a Batalha do Jenipapo |
A batalha foi vencida pelos portugueses deixando vários independentes mortos.
Por isso, várias cruzes foram cravadas no chão em homenagem aos que deram o
sangue para tornar o Piauí independente, pois muitos corpos ficaram espalhados
pelo campo de batalha. Apesar de Fidié vencer a batalha, ele não conseguiu
retornar a Oeiras e ainda perdeu parte de seus suprimentos de guerra. O
comandante das forças portuguessas no Piauí foi então para Caxias, no Maranhão,
onde foi sitiado e e acabou por se render. Fidié foi mandado para São Luís, de
onde partiu para Lisboa. Desde então, oficialmente, o Piauí tornara-se
independente de Portugal.
Edição Jornal da Parnaíba
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Do G1 PI
Um comentário:
Independencia de que mesmo? O piaui e muito dependente de assitencia publica
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