quinta-feira, setembro 11, 2014

Ministro intima Wellington Dias em processo de homicídios

Famílias apontam senador como principal culpado na tragédia de algodões

A intimação determinada ao réu é para a apresentação de defesa prévia no prazo de cinco dias. Ação Penal n° 866 tramita no Supremo Tribunal Federal.

O Supremo Tribunal Federal (STF) mandou citar o senador Wellington Dias (PT), candidato ao governo do estado, para que se pronuncie a respeito dos fatos existentes na Ação Penal número 866, que trata da tragédia da Barragem de Algodões, ocorrida em 2009, no município de Cocal, localizado a cerca de 300 quilômetros da capital Teresina. O parlamentar é acusado de responsabilidade pela morte de nove pessoas.

Além do senador Wellington Dias, o ministro relator, decano Celso de Mello, também mandou expedir duas cartas para citar o engenheiro Luiz Hernani e a ex-poderosa presidente da Emgerpi Lucile de Souza Moura. A determinação do Supremo Tribunal Federal foi emanada no dia 4 de setembro.

“Extraiam-se, ainda, cartas de ordem, a serem encaminhadas aos Juízes de Direito dos Estados do Piauí e do Ceará, por intermédio da Presidência dos respectivos Tribunais de Justiça, a quem o feito couber por distribuição, para realizar a citação dos corréus Luiz Hernani de Carvalho e Lucile de Souza Moura”, despachou.

Os advogados de Wellington Dias são o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado Coelho; Alexandre Nogueira, além de Dimas Batista de Carvalho. Quanto aos outros dois acusados, o responsável pelas defesas é o advogado Rommel Carvalho.

O despacho foi publicado no dia 8 de setembro no Diário de Justiça Eletrônico (DJE). O ministro revisor da Ação Penal é Marco Aurélio. Todos os acusados terão o prazo de cinco dias para apresentarem suas defesas após serem notificados.

NO PERÍODO ELEITORAL
Coincidentemente, a Ação Penal que acusa o senador petista de homicídio ganha importante movimentação justamente durante o período eleitoral. Wellington Dias tem falado que o uso da tragédia em época de campanha é “oportunista” e “eleitoreira”. Mas desta vez foi a mais alta Corte do Judiciário brasileiro que trouxe à tona o assunto ao dar continuidade ao andamento do processo.

A Ação Penal começou a tramitar em novembro de 2011. Nela Wellington Dias responde por homicídio culposo, quando não tem intenção de matar. O petista, à época da tragédia, em 2009, era governador do estado, e após parecer técnico do engenheiro responsável mandou as pessoas voltarem para suas residências, afastando o risco de estouro da barragem. A tragédia anunciada se concretizou e tornou o Piauí um centro de atenção da imprensa nacional.

Até hoje as famílias vítimas da tragédia nunca foram indenizadas e Wellington Dias é visto pelas pessoas envolvidas no descaso público como o principal responsável pelas radicais mudanças em suas vidas.

WELLINGTON PEDIU VOTO A VÍTIMAS DA BARRAGEM
O candidato Wellington Dias esteve já nesta eleição no município de Cocal e chegou a pedir votos a membros das famílias vítimas da barragem. Ele não visitou os assentamentos, mas encontrou-se com vítimas da tragédia quando visitava, em um domingo, a feira matinal de Cocal. A visita do petista ao município para pedir votos causou revolta em muitas pessoas da cidade. Na caminhada pela feira ele chegou a ser vaiado e confrontado.

Uma das pessoas a quem W. Dias pediu voto foi à dona Maria de Fátima, que perdeu duas filhas na tragédia, uma de 11, Francisca Maria, e outra de 16 anos, Maria Alessandra; e ainda hoje sonha com elas e lamenta a morte prematura das irmãs.

Dona Fátima, que vive de vender hortaliças na feira de Cocal, estava presente quando a comitiva de Wellington passou. Ela teve que ser forte para suportar uma situação inesperada. Foi abordada pelo senador petista. "Falei com ele e tudo, mas só eu e Deus sabem como me senti. Por que eu perdi minhas filhas porque ele mandou a gente voltar", afirmou.

Em uma gravação feita, Maria de Fátima foi mais enfática. "No domingo o senador Wellington Dias esteve na feira falando com todo mundo. Teve lá até um senhor que disse umas verdades para ele. (...). E ele falando com todo mundo eu estendi minha mão para ele por educação, mas só eu e Deus sabem a mágoa, a dor que eu estava sentindo. Porque ele estava no poder quando aconteceu e não fez nada por a gente. E até hoje não fez nada por a gente e agora anda atrás de voto", tascou.

Edição do Jornal da Parnaíba
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Fonte: CND Brasil

Um comentário:

Anônimo disse...

Ele deviam não se candidatar mais, as pessoas não esquece o quer aconteceu perdeu seus parentes, tem quer ajudas estas pessoas.