Depois de um período de bom crescimento econômico
(de 2000 a 2010), favorecido por várias circunstâncias internas e
internacionais (alto valor das nossas mercadorias, câmbio - o real - estável,
declínio na taxa de desemprego, mercado interno aquecido, inflação controlada,
7ª economia do planeta, conforme o Banco Mundial, etc. - veja Schwartsman e
Giambiagi: 2014), começamos a nos imaginar membros do clube da prosperidade
mundial emergente. Quando a classe C, chamada malandramente de classe
média, tomava gosto pelo consumismo (essa foi a forma de integração social
eleita, muito mais rápida que o longínquo e custoso sistema educacional de
qualidade) e não se intimidava com o endividamento, eis que nos jogam uma jarra
de água fria na cabeça, bloqueando, outra vez, nossa experiência com a
modernidade ilustrada, que só pode acontecer quando abrandarmos nossa brutal
desigualdade.
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| N América Latina só ganhamos do Haiti devastado pelo tsunami de 2010 |
Do que em 2014 nós brasileiros estamos nos
conscientizando? De duas coisas: (a) a vida próspera do capitalismo mundial é
uma festa, celebrada normalmente nas alturas com jatos executivos caríssimos
(Gulfstream, por exemplo - veja Rothkopf: 2008), mas para ela nós não fomos
convidados: a concentração da riqueza e o aumento descomunal da desigualdade
estão cumprindo a profecia de São Mateus (13,12): "Porque ao que tem, se
lhe dará mais e abundará; ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será
tirado", ou seja, os super-ricos globais estão cada vez mais ricos
e, os pobres, a cada dia, mais pobres - veja Freeland: 2012; (b) o Brasil é um
dos Brics (países emergentes), mas não pode esquecer que, antes de tudo, faz
parte da economicamente ingloriosa América Latina. Esta e a África são os dois
continentes mais violentos e desiguais do planeta.
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Por LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista e
diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Estou no professorLFG.com.br e no twitter: @professorlfg
Da redação do Jornal da
Parnaíba
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