sábado, março 29, 2014

Sem preconceito nas livrarias

Novos nomes da literatura brasileira provam que idade não é documento

Apesar de jovens, eles realizaram o sonho de publicar um livro, mas a jornada não foi nada fácil. Para produzir a obra, eles dedicaram tempo e abriram mão de outras atividades para chegar ao seu objetivo. Além disso, enfrentaram o preconceito estipulado pela idade. É o caso de escritores como Davi Medeiros, de 15 anos. Apesar de morar em São Paulo, cidade que abriga grande parte das editoras brasileiras, o adolescente conta que batalhou muito para conseguir seu espaço nas livrarias. “Sofri com o descaso das editoras. Tive que ouvir de um editor que ‘um dia seria escritor’, sendo que já tinha um livro publicado”, revela Davi.

O preconceito não foi o único desafio enfrentado pelo autor dos livros Pop Star e Operação Mico-leão-dourado. Conciliar a escola com a literatura também foi uma árdua tarefa. “Ser escritor é resultado de muito trabalho. É preciso escrever diariamente e se preocupar com divulgação. Já aconteceu de eu terminar meu ‘expediente de escritor’ às 23 horas e depois ir fazer lição de casa”, conta o jovem, que já chegou ao ponto de faltar aula para participar de um evento literário.

Para o escritor brasiliense Arisson Tavares, a vida acadêmica foi a principal barreira na hora de produzir seu segundo livro. A dificuldade de encontrar brechas na correria da faculdade transformou-se em inspiração. “Publiquei meu primeiro livro com 20 anos e queria partir para o segundo round, apesar da rotina maluca que tinha. Encontrei a solução ao utilizar as adversidades da vida ao meu favor. Usei tudo isso como motivação na hora de escrever”, destaca o autor, que deu o nome à obra de No Vermelho.

Não foi uma tarefa simples conseguir reconhecimento pelo trabalho literário, mas com o tempo a imagem foi se consolidando. “Lembro que, quando mostrei o original, alguns não botaram fé. Hoje, eu vejo que publicar um livro não é tão difícil, o complicado é conseguir visibilidade e romper o paradigma criado pela idade”, explica Arisson, que hoje é membro do Núcleo Jovem de Letras e Artes da Academia de Letras do Brasil/DF.

Os autores trocam informações e experiências sobre o mercado literário e contribuem na divulgação da literatura nacional. “A idade não é uma limitação, mas a falta de conhecimento é. Compartilho tudo que aprendi com novos autores porque passei pelas mesmas dificuldades e sei como é complicado conseguir o seu espaço”, finaliza Arisson Tavares.

Edição do Jornal da Parnaíba | Por Arisson Tavares
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