Dr. José Hélio de Carvalho Oliveira, anestesista |
O segundo maior município do Piauí, que deveria
contar com centros de referência em saúde pública, agoniza. Em Parnaíba,
litoral do Estado, falta estrutura nos postos de saúde, o Programa Saúde da
Família – PSF - está abandonado, segundo os profissionais da área e o próprio
sindicato e até o único hospital estadual passa por problemas, em virtude do
sistema que não funciona e acaba sobrecarregando o mesmo.
O médico anestesista da cidade, Dr. José Hélio de
Carvalho Oliveira, relatou que a população vem sofrendo há anos com o abandono
do governo para com a saúde da região. O principal problema é a dificuldade que
os gestores têm de reconhecer que é preciso valorizar o médico e a saúde.
“Falta vontade de se implantar a carreira médica aqui. No entanto, as escolas
médicas investem cada vez mais em estudantes e na qualidade dos cursos, o
que mostra que o mercado brasileiro é moderno e eficiente. O gestor aqui passou
a exigir dedicação exclusiva, com salários entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. Por outro
lado, um médico estrangeiro custa aos cofres públicos R$ 14 mil por mês, entre
salários e despesas de fixação. Mas o pior é que para esses estrangeiros o
repasse é de apenas R$ 900,00”, criticou.
O médico afirmou que o Brasil, que teve lutas
históricas pelo fim da sua própria ditadura, agora compactua com o modelo de
parceria com o modelo cubano, ignorando o diálogo com o Conselho de Medicina e
as entidades da classe. “Foi trazido esse profissional estrangeiro sem direitos
ou garantias, que não resolverão os graves problemas de saúde que o próprio
governo é responsável”, destacou ainda José Hélio Oliveira.
Os médicos de Parnaíba denunciam que os postos de
saúde da Prefeitura estão em situação precária, com estrutura mínima, outro
entrave para os profissionais de saúde, que temem trabalhar e não assistir a
contento a população mais carente. “O governo ignora a saúde pública quando
mantém congelada há dez anos a tabela de pagamento, por exemplo, de cirurgias
eletivas, como vesícula, hérnia, e ginecológicas, às quais o repasse do SUS
varia de R$ 70,00 a R$ 80,00. Assim, poucos colegas se dispõem a prestar esse
tipo de serviço, pela baixa remuneração, embora a responsabilidade com a vida
humana seja de alto grau”, disse Jose Hélio Oliveira.
Edição do Jornal da Parnaíba | Blog
do B. Silva (Fonte: Jornal CRM-PI)
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