sexta-feira, março 28, 2014

"Saúde de Parnaíba pede socorro!", diz Dr. Hélio Carvalho, anestesista

Dr. José Hélio de Carvalho Oliveira,  anestesista
O segundo maior município do Piauí, que deveria contar com centros de referência em saúde pública, agoniza. Em Parnaíba, litoral do Estado, falta estrutura nos postos de saúde, o Programa Saúde da Família – PSF - está abandonado, segundo os profissionais da área e o próprio sindicato e até o único hospital estadual passa por problemas, em virtude do sistema que não funciona e acaba sobrecarregando o mesmo.

O médico anestesista da cidade, Dr. José Hélio de Carvalho Oliveira, relatou que a população vem sofrendo há anos com o abandono do governo para com a saúde da região. O principal problema é a dificuldade que os gestores têm de reconhecer que é preciso valorizar o médico e a saúde. “Falta vontade de se implantar a carreira médica aqui. No entanto, as escolas médicas investem cada vez mais em estudantes e na qualidade  dos cursos, o que mostra que o mercado brasileiro é moderno e eficiente. O gestor aqui passou a exigir dedicação exclusiva, com salários entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. Por outro lado, um médico estrangeiro custa aos cofres públicos R$ 14 mil por mês, entre salários e despesas de fixação. Mas o pior é que para esses estrangeiros o repasse é de apenas R$ 900,00”, criticou.


O médico afirmou que o Brasil, que teve lutas históricas pelo fim da sua própria ditadura, agora compactua com o modelo de parceria com o modelo cubano, ignorando o diálogo com o Conselho de Medicina e as entidades da classe. “Foi trazido esse profissional estrangeiro sem direitos ou garantias, que não resolverão os graves problemas de saúde que o próprio governo é responsável”, destacou ainda José Hélio Oliveira.

Os médicos de Parnaíba denunciam que os postos de saúde da Prefeitura estão em situação precária, com estrutura mínima, outro entrave para os profissionais de saúde, que temem trabalhar e não assistir a contento a população mais carente. “O governo ignora a saúde pública quando mantém congelada há dez anos a tabela de pagamento, por exemplo, de cirurgias eletivas, como vesícula, hérnia, e ginecológicas, às quais o repasse do SUS varia de R$ 70,00 a R$ 80,00. Assim, poucos colegas se dispõem a prestar esse tipo de serviço, pela baixa remuneração, embora a responsabilidade com a vida humana seja de alto grau”, disse Jose Hélio Oliveira.

Edição do Jornal da Parnaíba | Blog do B. Silva (Fonte: Jornal CRM-PI)
Curta nossa pagina no Facebook

Nenhum comentário: