Desde meados do século XX, a mulher vem ganhando
seu espaço no mercado de trabalho. Ela tem que conciliar sua vida profissional
às demais tarefas da vida cotidiana, como ser mãe, esposa e dona de casa. Essa
multiplicidade de papéis comprova que, para garantir seu lugar, as mulheres
enfrentam diversas dificuldades. É por isso que sempre as utilizamos como
sinônimo de força, determinação e garra.
Na advocacia, um mercado ainda dominado pelos
homens, as mulheres precisam ultrapassar outro obstáculo, o preconceito. A
figura do profissional da advocacia sempre esteve atrelada à imagem do homem,
no Brasil principalmente. A inserção da mulher na advocacia se deu somente no
auge da década de 70, quando os cursos de direito ofertaram mais vagas,
permitindo, assim, a inclusão feminina na área.
De acordo com a presidente da Comissão da Mulher
Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, Geórgia Nunes, o
papel da mulher no mercado de trabalho, inclusive na advocacia, vem crescendo
consideravelmente. “Apesar das mulheres
ainda fazerem parte da minoria no âmbito profissional mais amplo, na advocacia
elas vêm se destacando”, disse a advogada ao afirmar que as mulheres já
representam 40,84% dos advogados ativos do Piauí. “Isso representa uma mudança na realidade. Algumas áreas do Direito,
que anteriormente eram ocupadas por homens, são marcadas pela presença
feminina, como o Direito Eleitoral, Cível e Criminal”, comenta Geórgia
Nunes.
Atuando na advocacia há 26 anos, Eduarda Miranda,
vice-presidente da OAB-PI e membro da Comissão Especial da Mulher Advogada do
Conselho Federal da OAB, explica que as advogadas estão mais atuantes, buscando
cada vez mais destaque nas diversas áreas do Direito. “Nos últimos anos, o
percentual da mulher na advocacia vem crescendo e promovendo um equilíbrio de
gênero na área. Essa busca, em sua maioria, é motivada pela independência
financeira, vez que a mulher precisa conciliar a família com o trabalho”,
declara Eduarda Miranda.
Outra característica que merece destaque, é o fato
de que as mulheres que optam pela advocacia se qualificam mais que os homens.
Somente no ultimo Curso de Iniciação à Advocacia oferecido pela Escola Superior
de Advocacia do Piauí, elas representaram 55% do total de alunos inscritos,
panorama que se repete em todos os cursos disponibilizados pela instituição.
“Durante todos esses anos busquei me especializar, sem deixar de lado minha
família que é o que eu mais amo”, disse Eduarda Miranda. Para ela, esse
equilíbrio entre trabalho e família acontece de maneira instintiva, à medida
que a mulher adquire a maturidade profissional.
A Caixa de Assistência dos Advogados do Piauí
também apresenta uma preocupação especial para esse público. Atualmente são
oferecidos serviços direcionados às mulheres, como pilates, limpeza de pele,
drenagem linfática, massagem modeladora, peeling químico e clareamento facial.
No plano previdenciário, a CAAPI oferece, ainda, auxílio maternidade para as
mulheres advogadas, para garantir um conforto maior para aquelas que se
tornarão mães.
CONGRESSO
MULHER PROTAGONISTA
A importância da mulher e de suas múltiplas faces
será o eixo temático do I Congresso Mulher Protagonista e Fórum Municipal de
Mulheres do Mercosul, que será realizado entre os dias 13 e 15 de março,
na Auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí. O evento
abordará a mulher no contexto político, social e econômico, com discussões
acerca do preconceito, segurança pública, empreendedorismo, violência, família,
saúde, entre outros.
Com abordagem multidisciplinar, a ideia central do
Congresso é mostrar a mulher em todas as suas dimensões e áreas de atuação.
“Não é um congresso eminentemente jurídico, é um congresso da mulher em todas
as áreas”, afirma a organizadora do evento, Geórgia Nunes.
Especialistas em diversas áreas, reconhecidos
nacionalmente, estarão presentes para expor sobre o tema mulher, gênero e
relações de trabalho de modo abrangente, através de palestras e painéis. Já
confirmaram presença a Ministra do Tribunal Superior do Trabalho Delaíde
Arantes; a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada do Conselho
Federal da OAB, Fernanda Marinela; a professora e pesquisadora do Programa de
Pós-graduação em Direito da Unisinos Taysa Schiocchet; a doutora em Direito
Penal Alice Bianchini; a professora titular da Unisinos Sandra Vial; o
psicólogo do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Eduardo Brandão; a
secretária geral da OAB/MG, Helena Delamonica, entre outros.
O Congresso tem como público-alvo advogados,
bacharéis em direito, estudantes, professores da área do direito, ciências
políticas, filosofia, sociologia, magistrados, membros do ministério público e
entidades representativas das mulheres. Os interessados têm até o dia 12
de março para se inscreverem no site www.oabpi.org.br/inscricoes,
no valor de R$ 30 para estudantes e R$ 60 para profissionais. Os participantes
receberão certificado de 20horas/aula.
Edição do Jornal da Parnaíba | Por
Ravenna Araújo/ Mara Dallenna/ Vanessa Feitosa
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